Um projeto do governo de São Paulo está dando o que falar. A proposta permite que concessionárias instalem até 47 novas praças de pedágio na região do Circuito das Águas e Mogiana. A cobrança seria feita no modelo “free flow”, aquele sem cabines, em que o veículo é tarifado automaticamente ao passar por um ponto com sensores. Mas moradores da região temem que o novo sistema penalize quem depende das rodovias para se locomover entre cidades vizinhas.
A preocupação chegou até Brasília. O prefeito de Amparo, Carlos Alberto Martins, participou de uma reunião com a bancada paulista na Câmara dos Deputados e pediu apoio dos parlamentares para barrar o avanço do projeto. Segundo ele, a população local pode ser diretamente afetada.

“De Amparo a Serra Negra seria um pedágio. De Amparo a Morungaba, dois pedágios. Isso inviabiliza a vida da população que circula entre as cidades por motivos de trabalho, estudo e saúde”, explicou o prefeito a equipe do VTV News em Brasília.
O projeto ainda está em fase de consulta pública, mas já mobiliza lideranças políticas e moradores. Um abaixo-assinado de iniciativa popular foi lançado e pretende reunir 180 mil assinaturas para apresentar um projeto de lei na Assembleia Legislativa de São Paulo com regras mais rígidas para a instalação de novas praças.
“Não estamos aqui para proibir pedágio. Mas queremos que existam critérios. O projeto que defendemos prevê, por exemplo, que não possa haver pedágios a menos de 60 km um do outro e que regiões turísticas tenham uma proteção especial”, defendeu o prefeito.

O deputado federal Jonas Donizette (PSB-SP), que recebeu o prefeito em Brasília, também se posicionou sobre o tema:
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“A população da região está se mobilizando e nós, como representantes, temos que acompanhar esse debate. A mobilidade é um direito e o pedágio, quando mal planejado, vira uma barreira para quem trabalha, estuda ou precisa de serviços em outras cidades.”

Enquanto isso, o movimento “Pedágio Aqui Não” continua colhendo assinaturas pelo site www.pedagioaquinao.com.br.