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Mais da metade dos gamers no Brasil são mulheres, mas como o cenário competitivo ainda impõe barreiras?

As gamers seguem enfrentando obstáculos estruturais para se firmarem nos esportes eletrônicos (eSport), mesmo com a visibilidade aumentando.
Gamers da Team Liquid Brasil (Foto: Divulgação / Team Liquid Brasil)

Um levantamento da Pesquisa Games Brasil (PGB) 2025 mostra que o cenário dos eSports vem ganhando reconhecimento do público de gamers com:

  • 82,1% dos jogadores conhecendo a modalidade
  • 76,5% já a consideram um esporte legítimo;

O esporte eletrônico diz respeito a modalidade competitiva de jogos virtuais, como por exemplo League of Legends, Valorant ou Mortal Kombat. Nesses campeonatos, desde competições oficiais patrocinadas pelas empresas, até eventos fechados como a Gamescom Latam ou a Brasil Game Show (BGS), os competidores se enfrentam entre si nas mais variadas categorias e estilos de jogos. Alguns individuais outros em times fechados. 

Assim como no futebol, o eSport possui seus próprios times e torcidas gamers. Trata-se de um verdadeiro cenário competitivo, consolidando-se ano após ano no Brasil e no mundo.

No entanto, representando 53,2% do público gamer no Brasil, as mulheres seguem enfrentando obstáculos estruturais para se firmarem nos esportes eletrônicos (eSport), mesmo com a visibilidade aumentando. O ambiente ainda impõe certos limites à presença feminina, como a falta de oportunidade ou comentários inapropriados.

Mulheres no eSport e seus enfrentamentos

O caso de Natália ‘Daiki’ Vilella, 20 anos, ajuda a ilustrar esse contraste. Vinda de Hortolândia e criada em um ambiente familiar onde os jogos eletrônicos sempre estiveram presentes, ela começou a jogar com mais dedicação em 2014. O desempenho acima da média a levou a integrar um time, que venceu três campeonatos em um ano e posteriormente foi contratado profissionalmente para a Team Liquid Brasil. Hoje, ela vive com a equipe e dedica boa parte do dia aos treinos.

Natália aponta que a presença feminina no cenário profissional é reflexo da prestação de oportunidade por parte dos grandes times: “O que falta é oportunidade. Já ganhamos de times muito bons, times mistos [homens e mulheres] e sempre tem reconhecimento de jogadores bons.” 

Apesar dela reconhecer que o respeito por parte dos jogadores e outras equipes tem aumentado, ela observa que outras jogadoras ainda enfrentam problemas de discriminação fora do competitivo: “Muitos respeitam nós que somos da Liquid, mas outras garotas reclamam de homens ainda sendo muito babacas, mesmo sendo uma coisa que sempre teve no videogame.

Segundo a jogadora, os eSports vêm oferecendo mais retorno e espaço de crescimento para as jogadoras femininas, especialmente dentro de times estruturados, como a Team Liquid Brasil.


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Profissionalização demanda estrutura e apoio

A estrutura dos times profissionais tem papel importante nesse processo. Rafael Queiroz, General Manager da Team Liquid Brasil, reforça que a organização aposta no desenvolvimento técnico e psicológico dos atletas, incluindo as jogadoras.

Segundo Rafael, a diferença de tratamento entre os gêneros não está no talento, mas no acesso. “Os investimentos seguem a audiência, mas é possível construir esse público com ações afirmativas e boa comunicação”, afirmou em entrevista ao VTVNews. Segundo o General Manager, a Team Liquid mantém projetos voltados à inclusão, como o torneio “Resenha das Minas”, criado para fomentar a base feminina e proporcionar experiências competitivas.

(Foto: Divulgação / Team Liquid)

Público apoia diversidade, mas cenário ainda evolui devagar

A pesquisa também indica que 85,2% dos gamers veem os eSports como uma atividade séria e 75% sentem a mesma emoção que nos esportes tradicionais. Ainda assim, 54,5% dos entrevistados dizem apoiar marcas patrocinadoras dos seus times, o que reforça a influência da visibilidade no direcionamento de investimentos.

Com 38% dos jogadores envolvidos diariamente com eSports e 49,9% acompanhando campeonatos mesmo sem jogar, o cenário se mostra promissor. Mas, para Rafael e ‘Daiki’, o futuro da modalidade depende de acesso mais amplo, estrutura sólida e igualdade de oportunidades — um trabalho que ainda está em construção pelo cenário brasileiro.

O objetivo é que o talento fale mais alto que o gênero”, conclui Rafael.

Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista de profundidade, autor do livro A Teoria de Tudo Social: Democracia LTDA., ambicioso por política e debates

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