Indicação visual de conteúdo ao vivo no site
Indicação visual de conteúdo ao vivo

Maioria dos pacientes com diabetes tipo 2 em SP são mulheres, aponta levantamento do HSPE

Um estudo revelou que 60% dos casos do tipo da diabetes foram registrados entre mulheres, enquanto 40% ocorreram entre homens. 
Diabetes é registrado majoritariamente em mulheres (Foto: Reprodução / Unsplash)

Um estudo conduzido pelo Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (HSPE) com 18 mil pacientes diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) entre 2024 e 2025 revelou que 60% dos casos foram registrados entre mulheres, enquanto 40% ocorreram entre homens. 

Segundo a AgênciaSP, a pesquisa de amostragem aleatória reforça a tendência nacional observada em levantamentos do Ministério da Saúde. O Dia Nacional do Diabetes é lembrado todo dia 26 de junho como marco de conscientização sobre a doença.


Continua após a publicidade

Segundo o Sistema de Vigilância de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, do Ministério da Saúde, a prevalência de DM2 em adultos com mais de 18 anos no Brasil era de 10,2% em 2023. Entre as mulheres, o índice foi de 11,1%; entre os homens, 9,1%. Nos idosos acima de 65 anos, a prevalência saltou para 30,3%, também com maior incidência entre mulheres (31%) do que entre homens (29,3%).

Fatores hormonais e comportamentais

A predominância do diabetes tipo 2 entre mulheres está relacionada a múltiplos fatores. O endocrinologista Evandro Portes, do HSPE, explica que há maior propensão ao diagnóstico entre o público feminino devido ao maior uso dos serviços de saúde. “As mulheres recorrem mais aos serviços médicos e, portanto, são diagnosticadas mais precocemente. Já os homens, por realizarem menos exames de rotina, acabam subdiagnosticados”, afirma à AgênciaSP.

Outro fator exclusivo do sexo feminino é o diabetes gestacional, que afeta cerca de 15% das gestantes. Além disso, o uso de estrógenos exógenos — como em terapias hormonais — pode induzir resistência à insulina, principalmente em mulheres com predisposição genética.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) também sugerem menor atividade física entre mulheres: 32% delas são consideradas inativas, frente a 23% entre os homens. A baixa frequência de exercícios físicos está associada ao aumento do tecido adiposo e da resistência insulínica — um dos mecanismos centrais da doença.

Alterações hormonais e envelhecimento intensificam os riscos

Diversos hormônios afetam a sensibilidade do corpo à insulina. Segundo Portes, tanto em homens quanto em mulheres, a presença em excesso ou a deficiência de substâncias como estrogênio, androgênio, hormônio do crescimento, tireoidianos, glucagon, catecolaminas e glicocorticóides podem alterar os níveis de glicose no sangue. “Sempre que há desequilíbrio hormonal, o metabolismo glicêmico pode ser impactado”, explica.

O envelhecimento também representa fator relevante. A queda na produção de estrogênio durante a menopausa pode acelerar o desenvolvimento do diabetes entre mulheres. Em ambos os sexos, o aumento do tecido adiposo com o avançar da idade agrava a resistência à insulina.

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) estima que o Brasil tenha cerca de 20 milhões de pessoas vivendo com diabetes. A prevenção do DM2, segundo orientações médicas, passa por alimentação equilibrada, prática regular de atividade física e acompanhamento clínico. Medicamentos devem ser utilizados somente sob prescrição profissional.


Continua após a publicidade

Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista de profundidade, autor do livro A Teoria de Tudo Social: Democracia LTDA., ambicioso por política e debates

VEJA TAMBÉM

Gostaria de receber as informações da região no seu e-mail?

Preencha seus dados para receber toda sexta-feira de manhã o resumo de notícias.