A trilha e o mirante da Praia do Sossego, alguns dos locais favoritos de Juliana Marins, passarão a levar seu nome. O anúncio foi feito pelo prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), que se reuniu com a família da jovem na tarde desta quinta-feira (26). O gesto foi elogiado pela família como forma de eternizar as memórias de Juliana.
O encontro aconteceu no gabinete do prefeito e contou com a presença de familiares e amigos da jovem. Mariana Marins, irmã de Juliana, agradeceu o apoio da Prefeitura e ressaltou o significado emocional do tributo. “Esse era um lugar especial para ela, e agora será para todos que a amavam”, declarou.
Além disso, o translado do corpo de Juliana foi integralmente custeado pela Prefeitura de Niterói. O valor de R$ 55 mil cobriu todas as despesas, e pode possibilitar o retorno da jovem ao Brasil. Após polêmicas sobre quem seria responsável pelos custos, a decisão foi tomada junto ao Governo Federal, que também ofereceu suporte.
Prefeitura de Niterói assume translado do corpo de Juliana Marins
O Itamaraty inicialmente informou que não custearia o translado, mas colaborou com a logística após intervenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja decisão foi publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (27). A expectativa é que Juliana seja velada e sepultada em sua cidade natal, no Brasil.
Entretanto, Manoel Marins, pai de Juliana, utilizou as redes sociais para expressar sua angústia diante da incerteza. Ele relatou que viajaria de Lombok para Bali, na Indonésia, onde acompanharia a autópsia da filha e buscaria o atestado de óbito para viabilizar o translado do corpo ao Brasil.
Em um vídeo publicado, Manoel desabafou sobre a saudade e a dor que sente. “Bateu muita saudade ontem, chorei muito. Não dormi bem”, contou. Emocionado, ele deixou um recado: “Filha, te amo demais, demais, demais e cada vez mais a dor aumenta. Descanse nos braços do pai, querida. Que Deus te abençoe ricamente”.
Autópsia aponta que jovem morreu em decorrência de fraturas e hemorragia
A autópsia realizada no corpo de Juliana concluiu que a causa da morte foi o impacto causado pela queda. Ferimentos graves no tórax comprometeram órgãos vitais, levando à morte em até 20 minutos após o acidente. No entanto, não foram encontrados indícios de sofrimento prolongado ou hipotermia.
De acordo com o médico legista Ida Bagus Putu Alit, Juliana sofreu lesões severas na cabeça e nas costas. “Os sinais indicam que ela perdeu a vida rapidamente após a queda, sem chances de intervenção”, afirmou o especialista em coletiva de imprensa, registrada pelo Tribun Sumsel, uma mídia indonésia.
A hipótese inicial de morte por hipotermia foi descartada com base nos resultados da análise forense. “Os tecidos corporais não apresentaram os sinais típicos dessa condição. O trauma foi a única causa”, explicou Alit. As informações foram divulgadas pelas autoridades da Indonésia nesta manhã.
Brasileira morreu após cair em trilha de vulcão na Indonésia; relembre
Natural de Niterói (RJ), Juliana fazia sozinha um mochilão pela Ásia desde fevereiro. A jovem, de 26 anos, passou por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã antes de chegar a Indonésia. No país, decidiu realizar uma trilha de três dias e duas noites no vulcão Rinjani, acompanhada de um guia e cinco turistas, em 20 de junho.
No segundo dia de percurso, ao parar para descansar, a jovem caiu do penhasco que circunda a trilha junto à cratera do vulcão. O guia, que teria dito para ela parar no caminho e depois reencontrar o grupo, suspeitou da demora e, cerca de 1 hora depois, viu que Juliana havia caído mais de 300 metros em um precipício.
Horas depois, outros turistas que passavam pela trilha conseguiram visualizar a jovem, com o auxílio de um drone. Eles que entraram em contato com a família da brasileira. Equipes de resgate foram mobilizadas imediatamente, mas o resgate do corpo só foi concluído após cinco dias de operações complexas.