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Qual é a senha? Seis séculos após a Idade Média, o ser humano mudou?

Ataque de motoboys a imóvel onde viviam travestis nos faz refletir sobre o questionamento

Mogi Mirim, tarde desta quinta-feira (25/04). Um motoboy vai fazer uma entrega para um aplicativo a uma casa no bairro Novacoop. É recebido por um dos moradores, uma travesti. Ele pede a senha, geralmente os quatro últimos números de telefone de quem fez o pedido. Uma medida de segurança. A moradora então entra com o pedido e diz que vai buscar o código. Por algum motivo, ela retorna sem a senha. Teria outra pessoa feito o pedido? Deu um famoso “branco” na cabeça e ela teria esquecido os últimos quatro dígitos do número dessa pessoa?

Fato que isso iniciou uma discussão. Assim como um mensageiro em seu cavalo vindo de um reino distante, na época da Idade Média há seis séculos, o motoboy precisava da senha. Aquele invólucro precioso não poderia ser entregue sem tal. Mas ele já estava sob outras mãos, como fazer agora? Sua missão havia falhado?

Em um aúdio que circula pelas redes sociais, o motoboy relata que foi agredido pela travesti. Que ela teria até arremessado um tijolo contra ele. Por algum motivo ele preferiu não chamar a polícia, que é quem resolveria o problema. Chateado, revoltado, ele pretende chamar os demais cavaleiros de seu reino. Seis séculos depois, o whatsapp é muito mais eficiente que pombos-correios. Em poucos minutos, um grupo enorme de cavaleiros montados em seus cavalos de metal chegaram com o apoio a seu nobre mensageiro. E a cena, difícil de ser explicada, difícil de ser engolida, é essa abaixo:

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Logo a “Justiça” vira abuso. Logo, o abuso se transforma em frenesi. As risadas, os “gritos de guerra” mostram o prazer da violência nos rostos dos agressores. Tijolos são lançados, telhados quebrados, portões derrubados. Até bombinhas foram usadas, como as imagens claramente mostram. Uma cena comum em filmes medievais, onde um castelo tenta se defender de uma invasão inimiga.

Mas ninguém se defendeu. Em um dos áudios uma pessoa comenta “não tem mais ninguém aí não”! É o que buscamos acreditar. Porque o terror sentido por quem estava ali dentro pode ser considerado indiscritível. O arrependimento de um ato não pensado trouxe a lembrança de que ela, e suas outras quatro companheiras de casa, ainda fazem parte de uma minoria. Que o preconceito existe. Que o preconceito leva à violência. Que o preconceito traz a morte.

Cenas de situações como essa nos levam a uma reflexão: em seis séculos de diferença, o ser humano realmente mudou?

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