A Câmara Municipal de Bragança Paulista rejeitou, por unanimidade, seis representações que pediam a cassação de quatro vereadores por suposta quebra de decoro parlamentar. A votação ocorreu durante a sessão ordinária da última terça-feira (8), que durou mais de seis horas e foi marcada por ausências e substituições de parlamentares.
Os alvos dos pedidos foram Camila Marino da Saúde, Soninha da Saúde, Bruno Sucesso e Mauro Moreira. As denúncias foram apresentadas pelo ex-candidato a vereador Valdir Palma (PL), pelo médico e ex-candidato a prefeito César Alves (Agir) e pela cidadã Maria de Fátima Alves de Lima.
As representações foram analisadas individualmente. Em todos os casos, os vereadores votaram apenas pela admissibilidade dos pedidos. Como nenhuma das denúncias foi acolhida, nenhum processo foi aberto na Comissão de Ética. Se admitidos, os pedidos poderiam resultar em medidas que vão desde advertência até a perda do mandato.
Durante as votações, os parlamentares citados se afastaram temporariamente de seus cargos, sendo substituídos pelos primeiros suplentes de suas coligações. Mario B. Silva (MDB) assumiu a vaga de Camila Marino; Rita Leme (Progressistas), a de Soninha da Saúde; Eduardo Roberto (Solidariedade), a de Bruno Sucesso; e Dani da Bancada Feminista (PSOL), a de Mauro Moreira.
Sobre as representações
A redação procurou contato com os vereadores da Câmara de Bragança Paulista, e não obteve sucesso até a publicação desta matéria, ficando aqui aberto para eventuais esclarecimentos.
A ausência da vereadora Soninha chamou atenção na audiência. Ela não participou de nenhuma das votações e deixou o plenário sem apresentar justificativas públicas. Posteriormente, o presidente da Casa, Tião do Fórum, informou que ela estava em atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
A primeira e a segunda representações foram contra Camila Marino, ambas relacionadas a sua conduta durante a 9ª sessão da Comissão de Educação e Saúde, que discutia mudanças na legislação do IPTU. Os pedidos, assinados por Valdir Palma e Dr. César Alves, foram negados.
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As denúncias contra Soninha da Saúde também diziam respeito à sua postura na mesma comissão e foram feitas pelos mesmos autores. Ambas foram rejeitadas por unanimidade.
A quinta denúncia, apresentada por Maria de Fátima Alves de Lima, acusava Bruno Sucesso de quebra de decoro por declarações contra Soninha. Já a última representação, também de Maria de Fátima, apontava suposta conduta inadequada de Mauro Moreira na mesma sessão. Ambas as denúncias foram igualmente rejeitadas.
Com as negativas unânimes, nenhum processo disciplinar foi instaurado. A sessão reforçou a polarização entre grupos políticos na Câmara e terminou sem alterações na composição do Legislativo.