A Câmara de Campinas aprovou o reajuste dos salários de presidentes das autarquias municipais Rede Mário Gatti, Camprev e Fundação José Pedro de Oliveira. A decisão foi tomada após mais de cinco horas de discussões e seis sessões extraordinárias consecutivas nesta quinta-feira (8). A remuneração sobe para R$ 37.082,36, com efeitos retroativos a 1º de janeiro de 2025.
A proposta partiu do prefeito Dário Saadi (Republicanos) e equipara os vencimentos desses dirigentes aos dos secretários municipais, conforme a Lei nº 16.503/2023. O argumento oficial é o de “isonomia” entre cargos do alto escalão. A oposição tentou barrar os textos usando todos os tempos regimentais disponíveis, mas, mesmo com resistência, a base governista garantiu a aprovação em bloco.
Cada projeto foi votado duas vezes — em legalidade e mérito — e as sessões extraordinárias foram convocadas exclusivamente para esse fim, num esforço do Executivo. Essa foi a quarta tentativa de votar o pacote desde o fim de 2024: uma esbarrou em erro jurídico (os textos chegaram como leis ordinárias em vez de complementares) e outras duas foram travadas por embates políticos.
Chamou atenção a ausência da presidência da Setec entre os cargos reajustados. A autarquia ficou de fora porque seu presidente, Enrique Lerena, já recebe o novo valor — mesmo sem autorização legislativa, o que gerou desgaste recente ao governo. Segundo o Paço, o pagamento estaria amparado em norma interna da própria Setec, argumento que ainda gera controvérsia nos bastidores.
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