Campinas está em 1º lugar no Estado de São Paulo em limpeza urbana. É também a única do Estado entre as dez melhores do Brasil em municípios com população acima de 250 mil habitantes. A classificação consta do Índice de Sustentabilidade de Limpeza Urbana (Islu) 2024, publicado pela Associação Brasileira de Resíduos de Meio Ambiente (Abrema), uma ferramenta que avalia a eficácia das cidades na gestão de resíduos sólidos e incentiva a sustentabilidade e a melhoria contínua da limpeza urbana, conforme as diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), criada pela Lei Federal 12.305/10
Foram avaliadas pelo Islu 5.570 cidades brasileiras, sendo 116 com população acima de 250 mil habitantes. Para classificar os municípios, o Islu adota um número que varia entre 0 (baixo desenvolvimento) e 1 (elevado desenvolvimento), sendo que, quanto mais próximo de 1, melhor é a nota. Campinas recebeu nota 0,742 em 2024. Em 2023 foi 0,741. mostrando que o processo está em evolução contínua.
“Campinas está com boa classificação, porém há muito a fazer e muitos desafios nessa área, principalmente no tratamento de resíduos sólidos”, pontua o secretário de Serviços Públicos, Ernesto Paulella.
Entre os critérios avaliados pelo Islu estão a universalização da coleta regular de resíduos sólidos, o reaproveitamento dos resíduos via reciclagem e a destinação ambientalmente adequada para aterro sanitário, entre outros.
Cenário em Campinas
Campinas coleta cerca de 1.300 toneladas por dia de resíduos orgânicos em 100% do território, inclusive na área rural. Deste total, 400 toneladas são coletadas em contêineres da coleta mecanizada. Isso significa que a população pode colocar os resíduos a qualquer hora do dia ou da noite, próximo de onde mora. A cidade conta com 7, 5 mil contêineres. A expectativa é de que até 2030, a coleta de toda a cidade seja neste modelo.
O município recicla 6% do total de lixo gerado. A média brasileira é de 2%. Isso significa que Campinas está 200% acima da média do País. A cidade tem 13 cooperativas de reciclagem que fazem a triagem e o reaproveitamento dos recicláveis.
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Campinas conta com alguns diferenciais, como a Usina Verde de Compostagem que transforma, por dia, 100 toneladas de resíduos, de galharia e restos de poda e lodo de estação de tratamento da Sanasa em 30 toneladas de adubo orgânico. Esse material é usado para o cultivo e plantio de mudas de árvores no Viveiro Municipal Otávio Tisseli Filho, que abastece a arborização urbana.
O adubo produzido pela Usina Verde também é utilizado em praças, parques e jardins, e hortas comunitárias. Ao ser transformado em fertilizante orgânico, esse material deixa de ser enviado para o aterro e portanto não produz gás metano, que é o grande vilão do aquecimento global. O ciclo se completa, realizando a chamada “economia verde”.
A cidade também tem a Usina Recicladora de Materiais (URM), que processa mensalmente cerca de 6.500 toneladas de resíduos de construção civil. O material processado na URM é usado na manutenção de estradas rurais, nas ruas de bairros sem pavimento e na composição de materiais para obras de reparos, como nas galerias pluviais, por exemplo.