A Secretaria Municipal da Saúde de Mogi Mirim confirmou a primeira morte por febre maculosa em 2025. Segundo a pasta, a vítima é uma mulher de 47 anos, moradora do município, que veio a óbito no dia 25 de setembro. O caso foi confirmado pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
De acordo com a médica veterinária Vivian Delalibera Custódio, coordenadora da Vigilância em Saúde (VS) do município, o local provável de infecção está relacionado a uma área de mata situada na zona rural de Mogi Mirim.
Vivian explica que a febre maculosa é uma doença infecciosa grave, transmitida pela picada do carrapato-estrela, que pode hospedar a bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da enfermidade. Diante da fatalidade, as autoridades sanitárias voltaram a alertar a população sobre os cuidados preventivos, especialmente para pessoas que frequentam áreas de mata, margens de rios, lagos, pastos e locais com a presença de animais como cavalos, bois e capivaras, hospedeiros comuns do carrapato-estrela.
No âmbito local, a coordenadora reforça recomendações como:
- Evitar deitar-se diretamente no solo em áreas de vegetação;
- Utilizar roupas claras, calças compridas e botas, mantendo as barras das calças por dentro das meias;
- Realizar uma inspeção corporal minuciosa após atividades em áreas de risco;
- Remover imediatamente qualquer carrapato encontrado no corpo;
- Evitar que animais domésticos tenham acesso a locais com presença de carrapatos.
Os sintomas iniciais da febre maculosa incluem: febre alta, dor de cabeça intensa, dores no corpo, mal-estar generalizado e, em alguns casos, manchas avermelhadas na pele.
O diagnóstico e o tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações e reduzir o risco de óbito. O tratamento, feito com antibióticos, deve ser iniciado o mais rapidamente possível, mesmo antes da confirmação laboratorial, conforme orientações do Ministério da Saúde.
Cuidados Reforçados
A Secretaria de Saúde orienta que, ao apresentar sintomas compatíveis com a febre maculosa, especialmente após visitas a áreas de mata ou locais com presença de carrapatos, a pessoa deve procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima. É fundamental informar ao profissional de saúde o histórico de exposição a ambientes de risco durante o atendimento.
Em Mogi Mirim, o Complexo do Lavapés, também conhecido como “Zerão”, é classificado como área de transmissão da doença. Por isso, recomenda-se que frequentadores do local:
- Evitem caminhar pela parte interna do parque;
- Não levem animais de estimação para passear na área;
- Evitem sentar-se à beira do lago para pescar.
A Vigilância Sanitária, que já havia notificado equipes das UBSs (Unidades Básicas de Saúde) e das unidades de pronto atendimento para investigação dos locais frequentados por pacientes com sintomas da doença, reforçou essas recomendações.
O NEPH (Núcleo de Educação Permanente em Saúde) tem distribuído, na rede de atenção básica, materiais informativos sobre a doença e formas de prevenção. Os últimos óbitos causados pela febre maculosa em Mogi Mirim haviam sido registrados em 2023, também com contaminações ocorridas no Zerão.
