O governo federal anunciou um aumento nas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o que já começou a pesar no bolso de quem faz compras internacionais, envia dinheiro ao exterior ou contrata empréstimos. O imposto é aplicado em diversas transações do dia a dia.
A mudança gerou críticas de especialistas e levou o governo a anunciar um recuo parcial. Mesmo assim, parte da nova cobrança já está valendo e afeta setores como cartões de crédito, câmbio, seguros e investimentos. Veja o que muda e como isso atinge seu dia a dia.
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O que é o IOF e por que ele importa?
O IOF é um imposto federal aplicado em operações de crédito, câmbio, seguro e títulos ou valores mobiliários. Na prática, ele incide sobre movimentações financeiras como uso do cartão de crédito no exterior, contratação de empréstimos, câmbio para viagens ou remessas internacionais.
Além de ser uma forma de arrecadação, o IOF também funciona como ferramenta de controle da economia, o governo pode aumentar ou reduzir a alíquota para estimular ou desacelerar certos comportamentos de consumo ou fluxo de dinheiro.
Haddad confirma aumento do IOF
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou o aumento do IOF como parte de um conjunto de medidas para equilibrar as contas públicas. Segundo o governo, a mudança busca compensar perdas fiscais e manter o controle sobre operações financeiras com impacto direto na arrecadação.
Poucas horas após a repercussão negativa, o próprio Ministério da Fazenda usou as redes sociais para esclarecer um ponto importante sobre as remessas internacionais.
Acompanhe o comunicado da Fazenda no X (Twitter):
Como a mudança afeta diferentes setores
O impacto do novo IOF varia conforme o tipo de operação. Veja os principais setores atingidos:
Setor financeiro
Com o IOF mais alto, empréstimos, financiamentos e cheque especial ficam mais caros. O custo do crédito sobe e pode dificultar o acesso, especialmente para quem tem renda mais apertada.
Câmbio e remessas internacionais
Enviar dinheiro para o exterior ficou mais caro, afetando estudantes e famílias. O valor recebido por quem está fora diminui, já que plataformas repassam a taxa ao usuário.
Compras com cartão internacional
Compras feitas em sites de fora e durante viagens agora pesam mais na fatura. A alta do IOF também afeta assinaturas internacionais em dólar, como streamings e jogos.
Seguros e investimentos
Apólices de seguro e aplicações em fundos estrangeiros foram impactadas. O aumento do IOF pode desestimular quem investe fora ou contrata proteção internacional.
Veja como ficam as compras internacionais
Confira o que muda na prática para quem compra fora do Brasil:
Como era antes
- IOF para compras com cartão internacional: 4,38%
- Envio de remessas ao exterior (educação ou manutenção): 0,38%
- Operações de câmbio com transferência bancária: até 1,10%
Como ficou
- IOF em cartão de crédito internacional sobe para 5,38%
- Remessas para manutenção de residentes no exterior: 0,50%
- Pagamentos internacionais com finalidade comercial: até 1,30%
Governo recua em parte do aumento do IOF
Após forte reação negativa do mercado financeiro, o Ministério da Fazenda anunciou, na noite de quinta-feira, 22 de maio de 2025, um recuo parcial nas medidas de aumento do IOF.
A alíquota de 3,5% que seria aplicada a investimentos de fundos nacionais no exterior foi revogada, mantendo-se a isenção para essas operações. Além disso, remessas destinadas a investimentos por pessoas físicas continuarão sujeitas à alíquota de 1,1%, sem alterações.