No ano em que o Brasil sedia a COP 30 e os holofotes do mundo se voltam para soluções reais frente à crise climática, o agronegócio nacional tem um trunfo poderoso nas mãos: os bioinsumos. Tecnologias sustentáveis que unem ciência, natureza e inovação para produzir mais, com menos impacto ambiental.
Um movimento que avança a passos largos, com adesão crescente por parte dos produtores e apoio técnico de empresas que atuam com excelência. O BioSummit 2025, maior evento da América Latina dedicado ao tema, confirma essa virada de chave.
Realizado nos dias 04 e 05 de junho em Campinas (SP), o BioSummit reuniu todos os elos da cadeia produtiva dos bioinsumos: pesquisadores, produtores rurais, investidores, reguladores e empresas inovadoras. A programação traz discussões sobre desafios, avanços tecnológicos, qualidade, regulamentação e financiamento verde.
Mais do que um espaço de troca de ideias, o evento se consolida ano após ano como plataforma de negócios e projeção global para o Brasil, que desponta como referência na adoção de biotecnologias sustentáveis em larga escala.
Duas empresas ilustram bem essa nova fase: a GoGenetic Agro e a BS Agro, que estiveram conjuntamente como expositoras no evento e são exemplos claros de como ciência de ponta pode transformar a realidade do campo. Ambas têm como pilar a biotecnologia aplicada à garantia da qualidade e ao desenvolvimento seguro de bioinsumos.
A GoGenetic Agro trabalha com análises genéticas avançadas que garantem precisão na identificação e no monitoramento de microrganismos usados em bioinsumos. A empresa aplica metodologias moleculares, como o RT-PCR, que permitem validar produtos em poucas horas, garantindo rastreabilidade e segurança do ponto de vista técnico e ambiental.
Isso não só acelera processos como promove mais confiança na adoção dos biológicos. Já a BS Agro, braço agrícola da BS Diagnóstica, foca no desenvolvimento de soluções moleculares sensíveis e reprodutíveis para controle de qualidade — da bioprospecção à detecção de contaminantes microbiológicos.
Suas tecnologias permitem decisões técnicas mais seguras por parte de biofábricas, laboratórios e indústrias, contribuindo para cadeias produtivas mais sustentáveis e eficientes.
O diferencial dessas empresas está na integração entre pesquisa, diagnóstico, inovação tecnológica e aplicação prática, unindo biotecnologia, agricultura regenerativa e gestão de dados. Essa convergência é o que sustenta o crescimento exponencial do mercado.
Segundo dados apresentados no próprio BioSummit, o uso de biocontrole na agricultura brasileira cresceu 29% ao ano em área tratada nas últimas seis safras, com destaque para culturas como soja, milho e algodão. O valor de mercado já ultrapassa R$ 4,9 bilhões, e mais de 43% da área plantada no país já adota algum tipo de insumo biológico.
Esse avanço não é pontual, mas estruturante. Ele representa uma mudança de paradigma: saímos da lógica do insumo químico isolado para uma abordagem sistêmica, baseada em dados, genética, biodiversidade e regeneração do solo.
O Brasil, com sua rica microbiota, clima favorável e capacidade de produção científica, está na vanguarda dessa transição. E o BioSummit 2025 deixa claro: a agricultura do futuro é regenerativa, integrada e biológica — e o Brasil está pronto para liderá-la.
À medida que bioinsumos ganham espaço, tornam-se também uma estratégia econômica e geopolítica. Em um mundo que exige rastreabilidade, segurança alimentar e redução da pegada de carbono, oferecer soluções verdes escaláveis é não só uma vantagem competitiva, mas um dever.
E o Brasil tem todas as credenciais para assumir essa liderança com responsabilidade e inovação. Se o século XX foi marcado pela Revolução Verde, o século XXI será lembrado como a era da revolução biológica no agro — e o Brasil, com eventos como o BioSummit e empresas como GoGenetic Agro e BS Agro, atuam na linha de frente dessa transformação.