A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados promoveu, nesta semana, uma audiência pública para discutir os desafios e as oportunidades do transporte hidroviário no Brasil. O debate, proposto pelo deputado Leônidas Cristino (PDT-CE), reuniu parlamentares, especialistas e representantes do governo.
Apesar de o Brasil contar com mais de 60 mil km de rios navegáveis, menos de 20 mil km são realmente utilizados para o transporte de cargas e passageiros, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A meta, de acordo com os especialistas, é ampliar esse número para até 42 mil km nos próximos anos.
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“O importante é que todos os técnicos e membros do governo participaram dessa audiência, que foi proveitosa”, avaliou o deputado Leônidas Cristino. Segundo ele, o encontro trouxe pontos de preocupação, mas também expectativas otimistas: “A esperança é que o governo atual avance mais em promover as nossas hidrovias, melhorar a estrutura dos rios, e garantir um escoamento melhor, mais rápido e seguro dos nossos produtos.”
Durante o encontro, foram citados diversos trechos estratégicos para a economia nacional, como as hidrovias dos rios São Francisco, Parnaíba, Solimões, Amazonas, Madeira, Tocantins, Araguaia e Tietê. O parlamentar defendeu novos investimentos — públicos e privados — para transformar o potencial hídrico do país em logística eficiente. “Hoje temos entre 18 a 20 mil km de hidrovias. Podemos chegar a 42 mil e, futuramente, até 60 mil. Isso é ouro para o Brasil competir no mercado internacional”, destacou Cristino.
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Infraestrutura, Mário Povia, também participou do debate. Ele defendeu a concessão dos trechos navegáveis para operadores privados. “Hoje a gente não tem um gestor nessas hidrovias. A ideia é que um concessionário passe a cuidar desses trechos, com dragagens, sinalização e manutenção para garantir navegação durante todo o ano.”
Segundo ele, isso traria benefícios para o transporte de cargas — como grãos, fertilizantes e minérios — e também para a população ribeirinha. “É um setor com potencial gigantesco. Podemos sair de menos de 20 mil km para algo próximo de 42 mil km num curto espaço de tempo”, afirmou Povia.
A audiência reforçou o entendimento de que as hidrovias são fundamentais para tornar a logística brasileira mais eficiente, limpa e barata. “Precisamos discutir todos os modais — rodovia, ferrovia, hidrovia e dutoviário — com planejamento e integração. Esse setor tem um potencial econômico que não pode mais ser desperdiçado”, concluiu o deputado
