O governo federal anunciou nesta segunda-feira (30) que o Plano Safra da Agricultura Familiar 2025/26 disponibilizará R$ 78,2 bilhões em crédito pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). O valor, que entra em vigor em 1º de julho, supera em 2,89% os recursos da safra anterior e, segundo o Palácio do Planalto, representa o maior montante já destinado ao setor desde o início da série histórica.
A cifra integra um pacote mais amplo de políticas públicas voltadas aos pequenos produtores rurais, que somam R$ 89 bilhões, incluindo crédito rural, compras públicas, seguro agrícola, assistência técnica e programas de garantia de preço mínimo. Em comparação à temporada 2024/25, o aumento total foi de R$ 3,3 bilhões.
O governo manteve o índice de 3% ao ano para o custeio de alimentos essenciais como arroz, feijão, mandioca, frutas, verduras, leite e ovos. Em casos de produção sustentável — como alimentos orgânicos, produtos da sociobiodiversidade, bioeconomia e agroecologia — a taxa permanece em 2% ao ano, reforçando o incentivo a práticas consideradas estratégicas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário.
As demais taxas de financiamento oscilam entre 0,5% e 8% ao ano, conforme o porte do produtor e a finalidade da linha de crédito. Apesar das pressões econômicas, os percentuais se mantiveram estáveis em relação à safra atual.
O novo plano também amplia as possibilidades de financiamento pelo Pronaf Investimento, mantendo a taxa de 3% ao ano para modalidades como Pronaf Floresta, Jovem, Agroecologia, Bioeconomia, Convivência com o Semiárido e Pronaf Produtivo Orientado. Foram incluídas ainda novas atividades, como avicultura, ovinocultura, caprinocultura, além de investimentos em conectividade no campo e aquisição de equipamentos.
Aporte complementar em políticas públicas
Além do Pronaf, o plano abarca R$ 3,7 bilhões para compras públicas, R$ 5,7 bilhões destinados ao seguro agrícola por meio do Proagro Mais, R$ 240 milhões para assistência técnica e R$ 1,1 bilhão para a garantia-safra. Outros R$ 42,2 milhões foram alocados à Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade (PGPM-Bio), fortalecendo ações voltadas à preservação ambiental e ao incentivo de cadeias produtivas sustentáveis.
O ministro Paulo Teixeira destacou o caráter inédito do aporte: “Além do valor recorde, conseguimos manter taxas de juros acessíveis, especialmente para a produção de alimentos essenciais, mesmo em um cenário econômico desafiador, garantindo que o agricultor familiar tenha condições justas de financiamento”.