O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) aceitou a denúncia do Ministério Público (MP) e tornou cinco indivíduos em réus pela morte de Thalita Danielle Hoshino, de 38 anos. Conforme noticiado pelo VTV News, a ciclista foi atropelada por uma charrete enquanto pedalava em uma praia no litoral paulista, no dia 23 de março.
Os acusados incluem Rudney Gomes Rodrigues, condutor da charrete e acusado de disputar um ‘racha’, e Fabiano Helarico Ribeiro, apontado como participante da corrida. Karina Santos Ribeiro, esposa de Rudney, também foi indiciada por dirigir atrás da charrete e omitir socorro. Salvador Marcelo Gozza e Eder Manoel Bimbati da Silva, responsáveis pelo treinamento e guarda dos cavalos, seguem foragidos.
Investigações revelaram que Rudney e Karina apagaram arquivos de seus celulares após o acidente e planejaram ocultar provas. Outrossim, a juíza Danielle Camara Takahashi Consentino Grandinetti, da 2ª Vara de Peruíbe, decretou a prisão preventiva de todos. O caso é tratado como homicídio culposo [quando não há intenção de matar].
Após atropelamento, três foram presos
Rudney Gomes Rodrigues, 31, condutor da charrete no momento do acidente, foi preso em 29 de março, seis dias após o atropelamento. Ele foi encontrado pela Delegacia de Investigações Gerais (DIG) em Praia Grande, na Baixada Santista. No mesmo dia, a charrete e o cavalo foram localizados em outro bairro da cidade. Rudney teve sua prisão temporária convertida em preventiva.
Fabiano Helarico Ribeiro, 29, apontado como participante da corrida, foi preso em 11 de abril, em São Bernardo do Campo. Localizado em uma residência, ele foi conduzido ao Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). Fabiano negou envolvimento no racha, mas as investigações indicam sua participação direta no evento que resultou no atropelamento.
Karina Santos Ribeiro, 34, esposa de Rudney, apresentou-se voluntariamente à delegacia de Praia Grande em 16 de abril, quando foi presa. Ela dirigia um carro que seguia atrás da charrete e teria tentado apagar provas relacionadas ao caso. Após o crime, ela e Rudney combinaram de alterar perfis em redes sociais, o que dificultou a identificação de ambos pelos investigadores.
Ciclista morre atropelada por charrete no litoral de SP
O acidente ocorreu na faixa de areia da Avenida Santa Cruz, entre Itanhaém e Peruíbe. A turista pedalava com a amiga Gabriela Ferreira, de 26 anos, quando foi atingida por uma charrete em alta velocidade, conforme relatado em entrevista à VTV, afiliada do SBT na região. Inicialmente registrado como lesão corporal, o caso foi reclassificado como tentativa de homicídio pelo delegado responsável.
Continua após a publicidade
Thalita, que morava em São Bernardo do Campo, estava na cidade para visitar a sogra no bairro Gaivotas, acompanhada do marido e do casal de amigos. Durante o passeio, a ciclista foi atropelada ao cruzar o trajeto da charrete, cujo condutor alegou não ter percebido a aproximação.
A gravidade da colisão e o estado da bicicleta, no entanto, reforçam as suspeitas de velocidade excessiva, de acordo com Gabriela. “Gritei para ela tomar cuidado com o carro, mas a charrete acabou a atropelando. Eles estavam apostando corrida, muito rápido, uns 80 km/h”, disse. Thalita sofreu um traumatismo crânio encefálico (TCE) grave e foi levada ao Hospital Irmã Dulce, mas não resistiu aos ferimentos dois dias depois.
Bloqueio de pedras na faixa de areia
Em 28 de março, cinco dias após o atropelamento que matou Thalita, a Prefeitura de Itanhaém instalou um bloqueio com pedras na Praia do Santa Cruz para impedir a passagem de veículos e charretes na faixa de areia. O objetivo: prevenir práticas irregulares e ampliar a segurança nas praias da cidade.
Por meio de nota, na época, a administração municipal também informou que estuda mudanças na legislação para endurecer penalidades contra infrações na faixa de areia. Uma reunião foi realizada em 1º de abril, na Delegacia Seccional, com participação da Prefeitura de Peruíbe e representantes das polícias Militar e Civil.