O Hemonúcleo do Hospital Guilherme Álvaro, em Santos, recebe pessoas que têm entre 18 e 35 anos e que almejam doar célula-tronco.
Localizado na Rua Oswaldo Cruz, 197, no bairro Boqueirão, o Hemonúcleo do Hospital Guilherme Álvaro armazena célula-tronco que curam aplasias de medula, situação que gera uma parada na produção de sangue do paciente.
Como faz para doar células-tronco?
Os interessados que quiserem doar podem se dirigir ao Hemonúcleo. O local atende sempre de segunda a sábado, das 7h30 às 13h. Segundo a instituição, apenas 10 ml de sangue são colhidos e encaminhados para o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), órgão independente vinculado ao Instituto Nacional do Câncer (Inca).
Assim que tiverem esta amostra, uma série de exames de triagem são realizados, que verificam a possibilidade de a pessoa se tornar efetivamente um doador, já que há situações impeditivas. Testes genéticos também são realizados.
As amostras são guardadas pelo Redome e as informações genéticas ficam disponíveis em um cadastro internacional. Ou seja, alguém do Brasil pode ajudar um estrangeiro e vice-versa.
Quem não pode doar células-tronco?
Pacientes com HIV/AIDS
Hepatite C
Câncer (exceto carcinoma basocelular e o de colo de útero, caso tenham sido tratados somente com cirurgia)
Doenças autoimunes: artrite reumatóide, lúpus, fibromialgia, esclerose múltipla, síndrome de Guillain-Barré, púrpura, síndrome antifosfolipídica, síndrome de Sjogren, doença de Crohn, espondilite anquilosante.
Tuberculose extrapulmonar
Alcoolismo crônico e uso de outras drogas
Esquizofrenia
Assim que uma vez identificada que a pessoa que necessita de células-tronco não possui doadores compatíveis entre os seus familiares, parte-se para a busca no banco do Redome.
É considerado um doador compatível quem apresenta um código genético idêntico ao do receptor no chamado HLA (sigla em inglês para Human Leukocyte Antigen), um sistema de proteínas responsável por reconhecer o que é estranho ao organismo e o que é próprio dele. Caso o HLA não seja idêntico, o corpo entende se tratar de algo estranho e passa a combatê-lo.
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Uma vez identificado o potencial doador, essa pessoa que se cadastrou no passado é contatada e questionada se deseja fazer a doação. Caso aceite, é coletada uma nova amostra de sangue para triagem de doenças e confirmação do código genético (HLA).
Uma vez que a doação é permitida pelo doador e pelos resultados laboratoriais, é agendada a coleta do líquido da medula óssea. O procedimento pode ser hospitalar (punção) ou, na maior parte das vezes, ambulatorial (máquina de aférese).
Processo de doação é sigiloso
Não é permitido ao doador e ao receptor das células-tronco obtidas a partir de cadastro um banco conhecerem a identidade um do outro. Nem mesmo o local que realiza o procedimento de transplante conhece o doador: a bolsa de sangue é obrigatoriamente colhida em outro hemonúcleo, sendo identificada com um código.
Em contrapartida, entre 6 e 18 meses após o transplante, a pessoa que recebeu as células-tronco pode manifestar o desejo de conhecer o doador e lhe é dado o direito a escrever uma carta de agradecimento caso o doador também aceite esse primeiro contato. Mais uma vez, as identidades não são reveladas.
Somente após 18 meses do transplante, pode ocorrer a quebra de identidade, desde que permitida pelo receptor e pelo doador e aprovada pelo Redome.