Após 3 longos meses de sol intenso, praias e muita diversão, o verão começa a sair de cena e a dar lugar a uma das estações de que mais gosto: o Outono.
Não sou um grande adepto do verão. Na verdade, nunca fui, nem no Brasil e, muito menos, por aqui. Muitos amigos achavam que morando Em Terras Lusas, onde as estações do ano são mais definidas e, os meses do outono e do inverno muito frios, sucumbiria, por contraponto, aos prazeres do verão.
Ledo engano caros leitores, quando o verão começa, minha contagem regressiva passa a ser uma das minhas melhores aliadas, principalmente nos dias em que a temperatura ultrapassa os 40 graus.
Para aqueles que já me julgam por essa falha de personalidade tropical, tento- convencê-los trazendo algumas delícias e prazeres do Outono. Vamos lá?
Com dias claros e sol ameno, nada melhor do que sair pelas ruas e observar as paisagens coloridas de tons dourados e avermelhados que o Outono proporciona. Isso sem se falar do espetáculo visual de tapetes coloridos que se formam com o cair das folhas das árvores pelas ruas da cidade.
Já ao cair da noite, as temperaturas descem e para mim, pelo menos, o melhor acontece: hora de voltar pra casa, acender a lareira, abrir uma garrafa de vinho, largar-se no sofá e assistir a filmes ou séries na Tv.
Para quem gosta de viajar, essa é, também, a melhor época do ano. Com o fim da alta temporada, as passagens e os preços dos hotéis ficam mais baratos e os turistas já não estão tão dispostos a perambular por aí;
Se o frio convida à reclusão e a ambientes aquecidos, o paladar pede uma comida mais reconfortante.
E o prato português mais conhecido é o caldo verde, mas a sopa de couve-galega, típica da Região do Norte de Portugal, ganha ares de “super – star” nos meses mais frios do ano.
Não há restaurante que não a tenha em seu cardápio; bem como não há português que dispense essa iguaria, quer no inverno, mas também no verão, por incrível que pareça.
Quando cheguei por aqui, descobrir que o caldo verde fazia parte do cotidiano dos portugueses, quer no almoço ou no jantar, foi uma grata surpresa que logo foi introduzida em nossa casa.
Cremoso, quentinho, com um leve toque apimentado, dizem que o caldo verde nutre a alma portuguesa, assim como o fado.

Como essa coluna traz o que há de melhor Em Terras Lusas, aí vai a receita do verdadeiro caldo verde português.
Para começar, pegue uma cebola grande, dois dentes de alho. Corte -os bem picados; depois pegue 6 batatas médias e corte-as em rodelas. Coloque todos os ingredientes numa panela, acrescente uma folha de louro, encha a panela de água e coloque sal a gosto. Deixe cozinhar por 20 minutos.
Enquanto o caldo cozinha, corte (em tiras finas) uma couve galega; depois corte uma linguiça em rodelas, mas lembre-se de tirar a casca. Faça o mesmo com um pedaço de pão, cortando-o em pedaços quadrados.
Em outra panela, coloque um pouco de azeite e os outros 2 dentes de alho, passe os pedaços de pão na panela, separando- os para o grande final. Na mesma panela, mais um pouco de sal e refogue toda a couve picada.
Passados 20 minutos, abra a panela e retire a folha de louro. Coloque o caldo em um liquidificador até que fique cremoso o suficiente.
Hora da montagem. Coloque o caldo em um prato de sopa, acrescente um pedaço de pão e por cima dele, coloque a couve e as rodelas de linguiça. Acrescente um fio de azeite e terá feito o verdadeiro caldo verde.
Agora a lista de ingredientes: 60 g de linguiça, 4 colheres de sopa de azeite, 4 dentes de alho, 1 cebola grande, ½ pão de milho, 120 g de couve para caldo verde, sal e pimenta a gosto.
Espero que a coluna dessa semana, inspire os nossos leitores a se arriscarem na cozinha e a tentar fazer o verdadeiro caldo verde português. Bom em qualquer época do ano, a sopa é um prato indispensável no Outono.