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EUA alertam para “consequências severas” caso Irã ataque cidadãos ou bases americanas

A declaração foi feita pelo representante do Departamento de Estado, McCoy Pitt, durante sessão do Conselho de Segurança da ONU sobre o conflito no Irã.
Conselho de Segurança da ONU (Foto: Loey Felipe / UN)

Os Estados Unidos advertiram que qualquer tentativa do Irã de atingir cidadãos, infraestrutura ou bases militares norte-americanas poderá acarretar em consequências graves. A declaração foi feita pelo representante do Departamento de Estado, McCoy Pitt, durante sessão do Conselho de Segurança da ONU convocada após os recentes ataques de Israel em território iraniano.

Segundo Pitt, os bombardeios israelenses foram comunicados previamente a Washington, mas os EUA não participaram da ação militar. Ainda assim, o governo americano reiterou apoio ao direito de autodefesa de Israel e afirmou que continuará empenhado em buscar uma resolução diplomática que impeça o Irã de adquirir armamento nuclear.


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“A liderança iraniana agiria com sabedoria se optasse pela negociação neste momento”, afirmou Pitt em discurso à ONU.

Tel Aviv e Ramat Gan após ataque do Irã (Foto: Reprodução / Reuters)

Irã acusa Israel e responsabiliza EUA por mortes

Segundo a agência Reuters, a ofensiva de Israel, que matou 78 pessoas e feriu mais de 320 — a maioria civis, segundo dados divulgados pela missão iraniana nas Nações Unidas — intensificou a tensão no Oriente Médio. O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, classificou o ataque como um crime e acusou diretamente os Estados Unidos de cumplicidade.

“Ao auxiliar e permitir esses crimes, os EUA compartilham integralmente a responsabilidade pelas consequências”, afirmou Iravani.

Em meio ao agravamento das hostilidades, declarações de ambos os lados indicam que não há disposição imediata para cessar as ações ofensivas. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, criticou os apelos internacionais por moderação, alegando que são “injustificados” diante do ataque israelense. Por sua vez, o Exército de Israel afirmou estar preparado para prosseguir com as operações “pelo tempo que for necessário”.

Defesa aérea israelense: múltiplos anéis de proteção

Especialistas ressaltam que a eficácia da resposta israelense passa pelo sistema de defesa aérea em múltiplas camadas, chamado de “Domo de Ferro” desenvolvido desde a Guerra do Golfo de 1991. O pesquisador Yehoshua Kalisky, do Instituto de Estudos de Segurança Nacional em Tel Aviv, detalha que o país opera com quatro camadas integradas de interceptação, capazes de lidar com ameaças que vão desde mísseis balísticos intercontinentais até drones de curto alcance.

As camadas externas incluem os sistemas Arrow-2 e Arrow-3, projetados para interceptar mísseis fora e dentro da atmosfera. O nível intermediário é composto pelo David’s Sling, voltado para ameaças de médio alcance, como mísseis balísticos táticos e aviões. Por fim, a camada mais interna é formada pelo Iron Dome, sistema conhecido por neutralizar foguetes e drones de curto alcance com alta precisão.

Até o momento, não há sinalização concreta de desescalada por parte de Teerã ou Tel Aviv.


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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista de profundidade, autor do livro A Teoria de Tudo Social: Democracia LTDA., ambicioso por política e debates

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