Moradores do Condomínio Graviola, no Balbo, em Santa Bárbara d’Oeste, estão indignados com os valores cobrados pelo Departamento de Água e Esgoto (DAE). Segundo os residentes, o rateio mensal da conta de água tem registrado ‘aumentos gradativos’ desde o final de 2021, gerando dificuldades financeiras para famílias de baixa renda.
O rateio é a forma como o valor total da conta é dividido entre as casas para que cada morador pague proporcionalmente a sua parte. A síndica Sheila de Almeida afirmou que as reclamações têm sido constantes. “Nós queremos que cada apartamento tenha o seu relógio. Somos baixa renda, não miseráveis. Eles estão tirando o pão de cada dia das nossas mesas”, desabafou à VTV, emissora afiliada do SBT.
A comunidade aponta que as tarifas já subiram em média R$ 25 por conta, nos últimos três anos.
Conforme apurado pela repórter Mariana Avanzzi, o conjunto habitacional foi adquirido por meio do programa Minha Casa Minha Vida, com intermediação da Prefeitura, e abriga famílias com renda limitada. Contudo, para a moradora Cecília Beatriz, o custo atual é inviável.
“Eu moro sozinha e pago entre R$ 133 e R$ 145. Isso é um valor absurdo”. Muitos moradores compartilham a mesma preocupação, temendo não conseguir manter as contas em dia.
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Os moradores até buscaram ajuda da administração municipal e vereadores para uma vistoria no sistema de abastecimento. O DAE realizou o serviço de forma gratuita, mas, segundo a síndica, nenhum laudo foi emitido. “Eles vieram, mas não resolveram nada. Não sabemos onde está o problema, e o DAE não se posiciona”, declarou Sheila.
O que diz o Departamento de Água e Esgoto (DAE)?
Por meio de nota, na terça-feira (13), o DAE informou que o rateio é calculado pela diferença entre o macro medidor do condomínio e a soma dos hidrômetros individuais. A empresa argumentou que sua responsabilidade se limita ao hidrômetro principal – isto é, o ‘contador de água’ -, não cabendo a ela identificar o uso ou desperdício de água dentro do condomínio.
Questionado, o Departamento também explicou que não realiza serviços de caça-vazamentos, mas esteve no condomínio, em Santa Bárbara d’Oeste, na região de Campinas, para verificar a leitura e orientar os moradores. Possíveis causas para o aumento incluem vazamentos invisíveis, consumo excessivo e fraudes em ligações. No entanto, os moradores alegam que não receberam apoio suficiente para resolver a questão.