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Em Terras Lusas – Senso de urgência?

há muitos concorrentes no mercado ávidos para prestar um serviço que você ou sua empresa está negligenciando
Urgência Pressa acelerado Rod Long Unsplash

Quem mora no Brasil, ou mais especificamente em São Paulo, sabe que o senso de urgência brasileiro, mesmo antes do advento da internet, sempre foi um dos mais elogiados no mundo assim como o dos americanos.
Não há e-mail recebido que fique sem resposta em menos de algumas horas ou comprovante de recebimento que não seja comunicado ao remetente quando solicitado.

No WhatsApp, o mesmo acontece. Tudo é respondido quase que de forma imediata e assim, imagino, acontece com as outras redes de comunicação. Ressalto as duas acima porque só uso e dou conta delas mesmo.

Em terras tupiniquins não responder a um e-mail em poucas horas ou não atender ou devolver uma ligação telefônica pode ser a diferença entre fazer um excelente negócio e conquistar um cliente novo ou perder um bom dinheiro e amargar com a mesma carteira de clientes.

Agilidade, presteza e feedbacks instantâneos são sinônimos de competência profissional, uma boa equipe de trabalho e honrar sua imagem profissional a todo custo.

Se esse comportamento reativo demonstra agilidade e nos deixa com a sensação de eficiência profissional pulsando em nosso sangue, em Terras Lusas as coisas não são bem assim.

Quando cheguei há dez anos, o senso de urgência português era muito pior do que é hoje, mesmo considerando que o atual está muito longe da mediana, infelizmente.

Arrisco a dizer que por aqui, um e-mail enviado, quando respondido, demora quase dez dias em média. E isso numa perspectiva bem otimista. O que se dizer de pedidos de comprovantes de recebimento ou abertura de e-mails ou mensagens? Esqueça.

Trago esse tema por conta de um vídeo que viralizou no Instagram essa semana e que escancarou a morosidade portuguesa causando constrangimento ao modo de estar português.


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Ao fato. Uma americana revelou em sua conta de Instagram – thecountryjumper – um fato bizarro que lhe aconteceu: ela recebeu em 16 de março desse ano uma ligação do banco perguntando se ela havia recebido uma carta enviada pelo banco em outubro do ano passado e que o gerente gostaria de esclarecer algumas dúvidas. Indignada, ela contou que não havia recebido carta alguma e disse que receber uma ligação do gerente 5 meses após o envio da suposta carta para dar explicações sobre um assunto, revela uma morosidade administrativa absurda e inadmissível. Perplexa, não lhe restou alternativa a não ser contar aos seus seguidores como as coisas realmente acontecem em Portugal. Óbvio que o vídeo repercutiu numa velocidade oposta à lentidão dos serviços bancários da americana e virou um meme nacional.

Comigo também aconteceu algo parecido. Uma vez enviei um e-mail às redações dos principais jornais portugueses alertando sobre o estado deplorável de uma praça perto da minha casa. Um ano depois, recebi um e-mail do jornal agradecendo a sugestão de pauta. Respondi ironicamente que ainda bem que a sugestão não se tratava de um “furo de reportagem”.

Se a rapidez e a prontidão podem ser consideradas como prova de eficiência e profissionalismo, há sempre o lado obscuro desse modus operandi e que causa imenso stress e prejudica nossa saúde física e mental.

Nem tanto ao céu, nem tanto à terra, mas convenhamos, demorar mais do que 48 horas para dar uma resposta a um e-mail em pleno século XXI beira a total falta de proatividade e desrespeito às regras mais elementares de como se comportar com civilidade na internet.

Portanto, caros leitores, fiquem atentos e respondam seus e-mails o mais rapidamente possível, e caso não consigam respondê-los de imediato, confirmem o recebimento e a abertura de vossas mensagens.

Lembrem-se que há muitos concorrentes no mercado ávidos para prestar um serviço que você ou sua empresa está negligenciando.

Autor

  • Paulo Visani Rossi

    Paulo Visani Rossi é advogado especializado em Direito Autoral e assessor de imprensa, atua como consultor de marketing na Europa e vive há 9 anos em Portugal

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