Israel e Irã protagonizaram, nesta noite de sexta-feira (13) para sábado, uma grave escalada militar direta entre os dois países em décadas. Segundo a Agência Reuters, o confronto teve início com bombardeios israelenses direcionados a instalações militares e nucleares iranianas, seguidos de uma retaliação em larga escala por parte de Teerã, que lançou centenas de mísseis balísticos contra o território israelense. Sem imagens, agências iranianas afirmam que na manhã de sábado ambos os países estão trocando ofensivas.
O sistema de defesa aérea de Israel foi acionado antes do amanhecer, com sirenes soando em Tel Aviv e Jerusalém. As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que dezenas de mísseis iranianos foram lançados e parte deles interceptada.
Ainda assim, prédios em Tel Aviv e arredores foram atingidos. Segundo o serviço de ambulâncias israelense, 34 pessoas ficaram feridas na noite de sexta-feira, a maioria com ferimentos leves; a polícia confirmou uma morte.

Retaliação e destruição de instalações nucleares
A ofensiva israelense teve como alvos principais cientistas nucleares, comandantes militares e estruturas críticas do programa nuclear iraniano. Entre elas, o complexo subterrâneo de Natanz, cujas instalações de enriquecimento de urânio foram, segundo o diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, “completamente destruídas”. Ele informou ao Conselho de Segurança da ONU que ainda está sendo apurada a extensão dos danos em outras duas instalações atingidas: a planta de Fordow e o complexo de Isfahan.
A mídia estatal iraniana confirmou que, em resposta, Teerã executou três ondas de ataques com mísseis contra Israel entre a noite de sexta e a manhã de sábado. A agência Fars relatou explosões em Teerã, mas não detalhou os alvos atingidos. Um míssil teria caído em Tel Aviv, e testemunhas relataram uma forte explosão em Jerusalém — sem confirmação se causada por impacto direto ou por sistemas antimísseis israelenses.
Balanço de vítimas e reação internacional
O embaixador do Irã na ONU, Amir Saeid Iravani, declarou que os ataques israelenses da noite de ontem deixaram 78 mortos e mais de 320 feridos no Irã, entre eles oficiais de alta patente e civis. Ele acusou os Estados Unidos de conivência e afirmou que Washington compartilha integralmente a responsabilidade pelos desdobramentos.
Segundo autoridades americanas, o Exército dos EUA auxiliou Israel na interceptação dos mísseis iranianos. Estima-se que o Irã tenha disparado menos de 100 mísseis na sexta-feira, com a maioria sendo abatida ou não atingindo seus alvos.

Cresce temor de conflito regional
O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, acusou Israel de iniciar uma guerra e prometeu vingança “dolorosa”, afirmando que “nenhum lugar em Israel estará seguro”. O risco de ampliação do conflito preocupa potências internacionais, embora os principais aliados regionais do Irã — Hamas e Hezbollah — tenham sido severamente enfraquecidos pelas ações israelenses nos últimos meses.
O ex-presidente dos EUA Donald Trump comentou os ataques, afirmando que “ainda não é tarde demais” para conter os danos e evitar um conflito regional de maiores proporções.