O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou os ataques israelenses contra o Irã e pediu “máxima contenção” a ambos os lados, diante do aumento das tensões no Oriente Médio. A declaração foi divulgada nesta sexta-feira (13) pelo porta-voz do líder da ONU, em meio à convocação de uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança para discutir a situação.
Segundo agências internacionais, o Exército israelense confirmou ter interceptado mais de 200 drones e mísseis lançados pelo Irã nesta sexta a noite. Teerã teria classificado a ofensiva como resposta ao bombardeio de um complexo diplomático iraniano.
Alvo: programa nuclear iraniano
Os ataques israelenses ocorreram na última quinta-feira (12), tendo como alvos pontos estratégicos ligados ao programa nuclear iraniano. De acordo com informações da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), não houve registro de vazamento de radiação nas instalações de Natanz, Esfahan e Fordow. O diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, afirmou estar em contato com as autoridades iranianas para verificar possíveis impactos à segurança nuclear.
Apesar de não haver danos detectados nos reatores, Grossi classificou o episódio como “profundamente preocupante” e reiterou que instalações nucleares “jamais devem ser atacadas, independentemente do contexto ou das circunstâncias”. A AIEA monitora potenciais efeitos das ofensivas sobre a proteção de materiais sensíveis e o cumprimento das salvaguardas internacionais.

Mortes confirmadas e tensão diplomática
Entre os mortos nos bombardeios estão o general Hossein Salami, chefe da Guarda Revolucionária do Irã, além de cientistas ligados ao setor nuclear, conforme noticiaram veículos internacionais. As baixas agravam a tensão às vésperas de uma reunião entre Estados Unidos e Irã, marcada para ocorrer neste sábado, em Omã, com foco no futuro do acordo nuclear.
O ataque israelense foi interpretado como um movimento que compromete as negociações em curso. O próprio Guterres expressou preocupação com a escalada, alertando que “nem a região nem o mundo podem permitir-se outra guerra”.
Apelos à contenção
Dennis Francis, presidente da Assembleia Geral da ONU, afirmou que a resposta iraniana “agrava a já tensa e delicada situação de paz e segurança no Oriente Médio” e apelou a todas as partes envolvidas para que exerçam julgamento prudente. Segundo ele, o atual momento exige ponderação diante dos riscos “de um ciclo vicioso de ataques e retaliações que pode levar a consequências catastróficas”.
Francis destacou ainda que o Irã teria sinalizado, após a ofensiva de sábado, considerar encerrada a questão. A confirmação, no entanto, ainda não foi formalizada.