O corpo de Paulo Luiz dos Anjos sogro da mulher presa por suspeita de envenenar o bolo que matou três pessoas em Torres, no Rio Grande do Sul, foi exumado nesta quarta-feira (8). Nesta sexta-feira (10) Exames do Instituto Geral de Perícias (IGP) constataram que o homem também ingeriu arsênio antes de morrer.
A exumação de Paulo foi autorizada pela Justiça após as investigações conectarem a morte das três pessoas em dezembro com a de Paulo, que morreu em setembro de 2024, após uma infecção alimentar grave. Segundo a polícia, Deise teria dado produtos contaminados com arsênio aos pais do marido, como leite em pó, bananas e a farinha.
Segundo a Diretora Geral de Perícias, Marguet Mittmann, a farinha de trigo usada por Zeli dos Anjos para fazer o bolo de Natal para a família estava envenenada. A mulher segue internada.
De acordo com especialistas, o arsênio pode permanecer até um ano no organismo, e as amostras coletadas durante a exumação foram analisadas e constataram a presença dessa substância no corpo de Paulo. A polícia procura mais evidências sobre o envolvimento de Deise no caso, além das buscas na internet sobre arsênio em seu celular.
A polícia também acredita que o envenenamento pode ter sido motivado por uma desavença familiar, já que, de acordo com pessoas próximas, a relação de Deise com Zeli, sua sogra, era conturbada.
Enquanto as investigações continuam, familiares das vítimas expressam sua dor e incredulidade diante da tragédia. “Tá todo mundo chocado, uma pessoa entrou na família e destruiu a gente”, afirmou Arno dos Anjos, primo das vítimas.
No mesmo cemitério onde Paulo foi enterrado também estão as três mulheres que faleceram após ingerirem o bolo envenenado. A polícia também investiga a origem do arsênio, substância de venda restrita no Brasil.