A primeira audiência de instrução sobre a morte do comerciante Igor Peretto começou nesta quinta-feira (20), no Fórum de Praia Grande. Os acusados, Marcelly Peretto, Rafaela da Costa Silva e Mário Vitorino, estão sendo investigados por formarem um “triângulo amoroso” que culminou no assassinato de Igor em agosto de 2024.
A denúncia do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sustenta que Igor foi assassinado com 40 facadas após descobrir a traição. Mário Vitorino é apontado como o autor do homicídio, e os três acusados estão em prisão preventiva. Segundo investigações, o crime teria sido premeditado, motivado por interesses pessoais.
Tiago acredita que o crime teve motivações financeiras, além da traição, e afirma que Mário Vitorino queria “tudo”: a mulher, o dinheiro e a vida de Igor. Quando escolhido como testemunha pelo advogado de Vitorino, o parlamentar disse ter ficado ‘injuriado’.
“Quem me arrolou foi a defesa do assassino. Eu estou indignado com isso”, afirmou Peretto. “Devia ter sido arrolado pela Justiça, né, não pelos advogados dos assassinos. Isso que deixa a gente injuriado”, lamentou.
Audiência
O MP-SP concluiu que a irmã de Igor, junto com Rafaela Costa (esposa) e Mário Vitorino (cunhado), planejaram o assassinato, pois ele era visto como um ‘empecilho’ no triângulo amoroso formado entre eles. A audiência de instrução desta manhã tem como objetivo esclarecer os fatos.
Os advogados de defesa são Mário Badures (para Mário Vitorino), Leandro Weissmann (para Marcelly) e Marcelo Cruz (para Rafaela). A família de Igor, representada por Felipe Pires Campos, atua como assistente de acusação. O irmão da vítima e vereador em São Vicente, Tiago Peretto, será ouvido pela primeira vez no processo.
Conforme apurado pela repórter da VTV, afiliada do SBT na Baixada Santista, Gaby de Saboya, cada parte do processo tem o direito de arrolar até oito testemunhas para a audiência de instrução e julgamento. Quando alguém é arrolado – como o caso de Tiago Peretto -, é obrigatório comparecer.
Motivação e vantagens
A denúncia apresentada aponta que o assassinato teria como motivação a obtenção de vantagens financeiras pelos acusados. O MP sustenta que o crime estava ligado à disputa por bens materiais e herança; negando, no entanto, a existência de um triângulo amoroso entre Rafaela, Marcelly e Mário.
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O Ministério Público detalha que as vantagens financeiras seriam para Mário, que assumiria a loja de motos em sociedade com Igor, e para Rafaela, que herdaria bens como viúva. Portanto, Marcelly, que também se relacionava com os envolvidos, seria igualmente beneficiada com a morte de Igor.
Além disso, a acusação afirma que o crime foi cometido por motivo torpe, com o assassinato sendo uma forma de eliminar o empecilho aos relacionamentos íntimos e sexuais entre os acusados. O MP enfatiza que o ato foi cruel, pois Igor foi ‘atacado de forma traiçoeira, desarmado e por pessoas próximas a ele, dificultando a defesa’.
Relacionamento extraconjugal, ‘quadrado amoroso’ e assassinato em Praia Grande: relembre o Caso Igor Peretto
O crime aconteceu no dia 31 de agosto, no apartamento de Marcelly, irmã da vítima. No momento do assassinato, estavam presentes a vítima, Marcelly e Mário Vitorino. Rafaela, esposa de Igor, chegou ao local pouco antes, mas deixou o apartamento apenas 13 segundos antes do marido chegar acompanhado de Mário.
De acordo com os depoimentos e os advogados, a viúva Rafaela mantinha um relacionamento extraconjugal com Mário Vitorino. Além disso, o advogado de Marcelly revelou que ela e Rafaela também haviam vivido um envolvimento amoroso no mesmo apartamento, antes da chegada de Igor e Mário.
As mulheres, Marcelly e Rafaela, se entregaram à polícia no dia 6 de setembro, enquanto Mário Vitorino foi preso no dia 15, após ser encontrado escondido na casa de um tio de Rafaela, em Torrinha, no interior de São Paulo. O laudo necroscópico revelou que Igor foi morto a facadas e, caso sobrevivesse, teria ficado tetraplégico.
O trio foi inicialmente preso temporariamente, com a prisão prorrogada em outubro. A defesa de Rafaela tentou conseguir a liberdade dela por meio de um habeas corpus, mas o pedido foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), mantendo a prisão das acusadas e do acusado.
Após a denúncia do MP, a Justiça de Praia Grande converteu as prisões temporárias do trio para preventivas. As promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez lideraram a acusação, e o caso segue em andamento.