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Sangue de gato: entenda como funcionava o esquema de coleta clandestina em Monte Alto (SP)

Prática clandestina foi descoberta após denúncia em rede social; animais estavam dopados e em condição de risco, segundo a polícia.
Sangue de gato: entenda como funcionava o esquema de coleta clandestina em Monte Alto (SP)

Três pessoas foram presas no último sábado (4) em Monte Alto, no interior de São Paulo, suspeitas de integrar um esquema clandestino de coleta e venda ilegal de sangue de gatos. De acordo com a Polícia Civil, o grupo dopava os animais em um local insalubre e vendia o material biológico a clínicas veterinárias, sem qualquer autorização legal.

A operação foi deflagrada após uma denúncia anônima, que apontava publicações suspeitas em uma página do Facebook. Um dos investigados, estudante de medicina veterinária, teria oferecido R$ 50 a tutores que levassem seus gatos a um endereço onde funcionava uma clínica irregular. No espaço, os animais eram sedados e tinham o sangue coletado em ampolas, que posteriormente eram distribuídas de forma irregular.

Anúncios eram feitos nas redes sociais (Imagem: Reprodução / redes sociais)

Animais dopados e sangue armazenado

  • Segundo o SBTNews, durante a abordagem, a Guarda Civil Municipal (GCM) e a Polícia Científica encontraram seis gatos desacordados no chão, além de diversas ampolas já preenchidas com sangue felino.

  • Dois dos suspeitos – mulheres que auxiliavam na coleta – foram presas em flagrante junto ao estudante. Após a audiência de custódia, apenas ele teve a prisão mantida.

O delegado Marcelo Lourenço, responsável pela investigação, ressaltou que a prática viola normas do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), que proíbe a coleta de material biológico sem supervisão profissional. Segundo ele, o procedimento se enquadra como crime de maus-tratos, nos termos do artigo 5º da Resolução nº 1.236/2018, que considera crueldade qualquer uso invasivo de animais sem respaldo técnico.

Felinos contaminados e investigações em curso

Entre os três gatos resgatados, uma fêmea foi diagnosticada com FIV felina — o vírus da imunodeficiência que afeta exclusivamente os gatos e é comparável à Aids em humanos. Os outros dois animais seguem em avaliação. Outros três felinos ainda são procurados para realização de testes clínicos.

A Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente confirmou os exames e acompanha o caso. O laudo técnico também deve apontar anemia ou outras doenças provocadas pela retirada indevida do sangue.

Celulares foram apreendidos e as autoridades agora buscam identificar quem recebia o material coletado fora dos padrões legais. “Agora vamos trabalhar para identificar todos que participavam dessa rede criminosa”, afirmou o delegado.

As investigações prosseguem.

Gatos eram dopados para a coleta do sangue (Foto: Divulgação / Polícia Civil)

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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista formado em junho de 2025, atuando desde 2023 com foco em reportagens de profundidade, gestão de projetos, fotografia e pesquisa. Autor de obra sobre temas sociais e políticos, com análise crítica da democracia e da sociedade.

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