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Sargento da PM que matou esposa com 51 facadas se torna réu

Ministério Público solicitou pena mínima de 70 anos para acusado
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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) tornou réu o sargento Samir Carvalho, acusado de matar a esposa Amanda Fernandes Carvalho e tentar assassinar a filha do casal em uma clínica médica, em Santos, na Baixada Santista. A decisão mantém a prisão preventiva do acusado, que foi preso em flagrante no dia do crime.

O episódio ocorreu em 7 de maio, quando Samir disparou três tiros e desferiu 51 facadas contra Amanda. A filha, de 10 anos, também foi baleada, mas sobreviveu após internação. O Ministério Público (MP) solicitou pena mínima de 70 anos, destacando as qualificadoras de feminicídio e meio cruel.


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Além disso, o MP pediu a manutenção da prisão preventiva, análise pericial complementar na filha e transcrições do pedido de socorro ao Centro de Operações da PM. A denúncia foi acolhida pelo juiz Alexandre Betini, que deu prazo de 10 dias para a defesa apresentar resposta.

Sargento deu mais de 30 facadas do lado direito do corpo de esposa ao matá-la – Reprodução: VTV/SBT

Acusações, provas e decisão judicial

Samir enfrenta acusações de homicídio qualificado por feminicídio e tentativa de homicídio, ambas com agravantes. As qualificadoras incluem meio cruel, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. O MP também pediu indenizações de R$ 100 mil aos herdeiros de Amanda e R$ 50 mil para a filha.

A decisão judicial ordenou exame toxicológico no acusado, solicitado pela defesa, que alegou que Amanda teria administrado um calmante a Samir sem seu consentimento. O juiz determinou que o laudo avalie possíveis impactos dessa substância no comportamento do réu.

Por sua vez, a defesa de Samir aguarda os resultados do exame toxicológico e demais provas periciais antes de apresentar manifestações conclusivas. O advogado do réu, Paulo de Jesus, afirmou que se pronunciará somente após a conclusão das investigações.

Dinâmica do crime e reconstituição

Segundo o registro policial, o sargento foi até a clínica médica sabendo que a esposa e a filha estariam lá. Ele ficou na recepção com elas, aparentando calma. Em certo momento, Amanda foi ao banheiro com a filha e, ao voltar, pediu ajuda à recepcionista de maneira discreta, dizendo que estava sendo ameaçada.

Alegando medo de ser morta, Amanda se refugiou na sala do médico proprietário da clínica, que bloqueou a porta com cadeiras para protegê-la. Quando os policiais chegaram, o sargento parecia calmo e até levantou a camisa para mostrar que não estava armado, conforme relata a Polícia Civil.

Os policiais, então, pediram ao sargento que se afastasse da porta para que o médico pudesse abri-la. Mas, assim que a porta foi aberta, Samir puxou uma arma e atirou contra Amanda e sua filha. A mulher foi morta com pelo menos quatro tiros e também foi esfaqueada 51 vezes. A filha foi baleada na perna e no braço.

No local do crime, Samir estava armado com um revólver e um punhal. Ele dizia ter sido traído pela esposa, mas as investigações mostraram que isso não era verdade. Em 22 de abril, foi feita a reconstituição do crime, sob protestos e a presença de ativistas, para esclarecer os acontecimentos e concluir a investigação.

Reconstituição deve apontar se houve falhas na conduta dos policiais

Os policiais militares que estavam no local contaram que Samir parecia calmo, escondeu a arma na cintura e enganou os agentes. Depois de passar por eles, atirou em Amanda e na filha e, em seguida, esfaqueou a esposa. A conduta dos policiais está sendo investigada pela corporação.

O laudo médico mostrou que a maioria das facadas atingiu o lado direito do corpo de Amanda. Os tiros foram disparados à distância. A causa da morte foi uma hemorragia interna devido aos vários ferimentos, mostrando extrema violência.

Imagens do laudo, obtidas pela VTV, afiliada do SBT, revelaram que Amanda foi esfaqueada no rosto, tronco e coxa. Os tiros acertaram o peito, as costas e o braço da vítima. Samir está preso no Presídio Romão Gomes, em São Paulo. Ele perdeu direitos salariais e não acumula mais tempo de serviço. O caso será levado a júri popular.

Quem era Amanda Fernandes, mulher morta a tiros e facadas pelo companheiro?

Amanda era diretora executiva em uma empresa de comércio exterior há três anos e tinha sólida formação acadêmica. Graduada em Logística com ênfase em transportes (2008), também concluiu um curso tecnológico de Análise e Desenvolvimento de Sistemas em 2012, como divulgado em um perfil profissional do LinkedIn.

De acordo com um amigo da vítima, o casal estava junto há cerca de 15 anos, mas vinha ameaçando a vítima há seis meses em partes discretas do corpo – o que ela ‘não denunciava por medo’. Após o crime, um dos filhos desabafou: “Mãe, eterna rainha. Você sempre será meu exemplo de vida. Eu espero te encontrar logo”.


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