O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (23), em discurso oficial ao lado do presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, que pretende disputar um quarto mandato à Presidência da República nas eleições de 2026. “Meu mandato termina no final de 2026, mas nós estamos preparados para disputar outras eleições”, declarou. A fala foi feita em Jacarta, durante viagem diplomática pela Ásia.
Lula, que completará 80 anos em 2026, disse estar com “a mesma energia de quando eu tinha 30 anos”. Ele também voltou a criticar o acirramento do protecionismo internacional e defendeu a ampliação do comércio entre os países do sul global com base em moedas próprias. Segundo ele, Brasil e Indonésia compartilham o interesse em construir relações comerciais bilaterais livres de dependência cambial:
“Queremos comércio livre. Tanto Indonésia quanto Brasil têm interesse em discutir a possibilidade de comercialização entre nós dois com as nossas moedas”, afirmou.

Multilateralismo e agenda internacional
Em meio a uma agenda com foco econômico, Lula disse que o “século 21 exige que tenhamos a coragem que não tivemos no século 20”, ao defender a necessidade de reformas nas práticas comerciais globais.
“Queremos multilateralismo e não unilateralismo. Queremos democracia comercial e não protecionismo“, disse. Segundo ele, o objetivo é “gerar empregos de qualidade” e garantir autonomia às economias emergentes.
Embora não tenha citado diretamente os Estados Unidos ou o ex-presidente Donald Trump, Lula criticou a postura de países que impõem barreiras tarifárias e atuam de forma unilateral no cenário global. Em discursos recentes, ele tem reiterado incômodos com sanções norte-americanas a produtos brasileiros.
Cúpula da ASEAN e expectativa de reunião com Trump
Lula desembarcou na Indonésia na quarta-feira (22) e segue na sexta (24) para a Malásia, onde participa da 47ª Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) até terça-feira (28).
Há expectativa de que ele se encontre com o presidente dos EUA, Donald Trump, no domingo (26), durante a cúpula. A reunião ainda não foi confirmada oficialmente, mas há espaço na agenda do presidente brasileiro. Segundo a Casa Branca, Trump também demonstrou interesse no encontro.