O Vaticano confirmou nesta segunda-feira (21) a morte do papa Francisco, aos 88 anos, vítima de um acidente vascular cerebral seguido de colapso cardiocirculatório. O pontífice argentino rompe com a tradição centenária e será sepultado fora das grutas do Vaticano, por vontade própria expressa em testamento.
O Papa Francisco, que ocupava o trono de Pedro desde 2013, havia deixado registrado o desejo de ser enterrado na Basílica de Santa Maria Maior, uma das quatro basílicas papais de Roma. O documento, datado de 29 de junho de 2022, foi publicado pelo Vaticano horas após a confirmação da morte.
Túmulo no chão e sem ornamentos
No testamento, o pontífice deixou instruções específicas quanto ao local da sepultura: o corredor lateral entre a Capela Paulina (onde está a imagem da Salus Populi Romani, considerada padroeira de Roma) e a Capela Sforza. Francisco pediu um túmulo no chão, simples, sem qualquer tipo de decoração, com apenas uma inscrição: Franciscus.
As despesas da preparação serão custeadas com recursos já deixados por ele a um benfeitor identificado, conforme instruções repassadas ao arcebispo Rolandas Makrickas, comissário extraordinário da basílica.
Devoção mariana e legado
No testamento, o papa recorda sua devoção à Virgem Maria e afirma ter confiado todo o seu ministério à Mãe de Cristo. Ressalta também que, antes e depois de cada viagem apostólica, visitava a Basílica de Santa Maria Maior para depositar intenções e agradecer pelas jornadas.
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“Desejo que minha última viagem terrena se conclua precisamente neste antiquíssimo santuário Mariano”, escreveu.
Francisco encerra o testamento com palavras de gratidão aos que lhe demonstraram carinho e declara ter oferecido o sofrimento dos seus últimos anos em prol da paz no mundo e da fraternidade entre os povos. Essa será a primeira vez, em 122 anos, que um papa será enterrado fora do subsolo da Basílica de São Pedro. Leia a carta aqui.