Um lar de corujas é uma das atrações do Orquidário de Santos. Embora as aves sejam vistas com frequência em áreas urbanas, principalmente nos morros, o local atrai a curiosidade dos visitantes por abrigar, no mesmo espaço, quatro diferentes espécies, com diferentes trajetórias de vida.
Com o fechamento de um antigo zoológico, o parque ambiental santista adotou duas Suindaras (Tytofurcata), conhecidas popularmente como Coruja-da-Igreja ou Coruja-das-Torres.
Já as demais residentes chegaram ao Orquidário após serem resgatadas, por sofrerem algum tipo de acidente. Assim, foram acolhidas duas Corujas-buraqueiras (Athenecunicularia), um Mocho-orelhudo (Asioclamator) e uma Coruja-listrada (Strixhylophila), que foi encontrada com dificuldades de voo devido a um problema na asa.
Quando ficam com sequelas, dificultando a sobrevivência no habitat natural, elas passam a ter o Orquidário como novo lar. No parque, em um ambiente controlado, supervisionado e seguro, elas recebem todos os cuidados necessários para se manterem saudáveis, mesmo com suas limitações.
Atualmente, as cinco vivem juntas em um espaço projetado especialmente para aves, de aproximadamente 30 metros quadrados e 4 metros de altura, localizado à direita da entrada principal, próximo ao playground. No parque, elas participam do programa de bem-estar animal, realizando atividades cognitivas que incentivam a exploração do recinto.
Visitação
A maioria das corujas tem hábitos noturnos, por isso, durante o horário de visitação, geralmente estão mais tranquilas e descansando. A única espécie mais ativa durante o dia é a Coruja-buraqueira. Esta, muito querida pelos visitantes, costuma passear pelo chão, onde cava seus buracos – origem de seu nome.
Essas escavações servem de ninho para os ovos ficarem protegidos e, durante o período de incubação, tendem a ficar mais agressivas com a aproximação de pessoas. No entanto, não há registro de reprodução no recinto, pois a procriação ocorre apenas entre indivíduos de mesma espécie e o único par existente no local é formado por animais do mesmo sexo.
Todas as corujas são predadoras e carnívoras, alimentando-se de pequenos mamíferos, roedores, anfíbios, répteis e insetos (assim como carne bovina, frango, miúdos e ratos). No parque, a dieta é cuidadosamente balanceada para não diferir muito do que elas consomem em seu ambiente natural.
Outra curiosidade é que, ao contrário do que ocorre na natureza, os alimentos servidos às aves do Orquidário já chegam abatidos. A alimentação é oferecida ao final do dia, momento em que ficam mais ativas, sendo mais provável vê-las voando pelo recinto.
O melhor horário
A bióloga do Orquidário Ana Beatriz Alarcon recomenda o horário mais próximo de fechamento do parque como o melhor para visitar a atração. “As pessoas às vezes passam, não veem a coruja, acham que não tem nada e vão embora. Então, acho que dedicar um tempinho da visita para observar o recinto, localizar os animais, ver as placas e as informações de cada espécie é muito interessante. Você sai daqui com um novo aprendizado”, comenta.
Nas visitas guiadas para escolas e grupos de turistas, os guias abordam a conscientização ambiental, destacando o papel das corujas no controle de animais que podem ser prejudiciais à saúde humana, além de aspectos sobre sua convivência no ambiente urbano, hábitos, alimentação, curiosidades, entre outros temas.
Sobre o Orquidário
O parque está localizado na Praça Washington s/nº, no bairro José Menino, e funciona de terça-feira a domingo, das 9h às 18h, com a bilheteria aberta até as 17h30. O valor do ingresso é R$10 (inteira) e R$5 (meia-entrada) para estudantes e professores, mediante apresentação de documento. Crianças entre 8 e 12 anos também têm direito à meia-entrada. Maiores de 65 anos têm entrada gratuita.
Esta iniciativa contempla o item 15 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU (Organização das Nações Unidas): Vida Terrestre. Conheça os outros artigos dos ODS https://brasil.un.org/pt-br/sdgs