Um estudo da Unicamp revelou que o aumento das temperaturas, impulsionado por eventos climáticos como o El Niño e os bloqueios atmosféricos, é um fator crucial para a proliferação do mosquito Aedes aegypti e, consequentemente, o aquecimento global pode aumentar o número de casos
De acordo com a pesquisa, cada aumento de 1°C na temperatura média mensal pode resultar em um crescimento de até 40% nos casos de dengue nos meses seguintes. O calor acelera o ciclo de vida do mosquito, permitindo que ele se reproduza mais rapidamente e aumente a transmissão da doença. Além disso, as altas temperaturas e o período seco prolongado criam condições ideais para a proliferação do mosquito, uma vez que ele necessita de água parada para se desenvolver.
A combinação de fatores como a circulação de diferentes tipos do vírus da dengue e a presença de água parada em locais como quintais e vasos de plantas agrava ainda mais a situação. A pesquisa ressalta a importância de ações preventivas, como a eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
O que isso significa para Campinas?
A tendência de aumento das temperaturas nos próximos anos, associada às condições climáticas favoráveis à proliferação do mosquito, indica que a situação em Campinas pode se agravar ainda mais. A cidade precisa implementar medidas eficazes para combater a dengue, como:
- Fortalecimento das ações de combate ao mosquito: Intensificar a visitação aos imóveis, a coleta de lixo e a conscientização da população sobre a importância de eliminar os criadouros do mosquito.
- Melhoria das condições de vida da população: Investir em infraestrutura básica, como saneamento básico e coleta de lixo, e promover ações de educação ambiental.
- Monitoramento constante da situação: Acompanhar a evolução da epidemia e ajustar as estratégias de combate à dengue conforme necessário.
Impacto além da dengue
É importante ressaltar que o aumento das temperaturas e a proliferação do mosquito Aedes aegypti não afetam apenas a dengue, mas também outras doenças transmitidas pelo mesmo vetor, como a zika e a chikungunya. A cidade precisa adotar uma abordagem mais ampla para combater essas doenças, considerando os fatores climáticos e socioeconômicos que contribuem para sua disseminação.