O suspeito de 24 anos, Felipe Pires da Silva, foi preso nesta quarta-feira (10/07), em Peruíbe. Com ele os policias também prenderam celulares notebooks. O homem é suspeito de fazer parte de uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias, especialmente na prática de golpes conhecidos como “mão fantasma/acesso remoto” e “falsa central de atendimento”.
A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Itanhaem, também cumpriu um mandado de busca e apreensão em um outro endereço na cidade de Mongaguá, a residência era utilizada, segundo a polícia, como sede da falsa central de atendimento, no local foram apreendidos cinco notebooks e documentos.
Os criminosos utilizavam essas falsas centrais de atendimento para obterem acesso remoto aos celulares da vitima e em seguida realizavam transferências via pix. De acordo com a polícia, os suspeitos roubaram mais de R$ 5 milhões de vitimas da região de Santa Catarina.
A operação foi desencadeada pelo Polícia Civil de Santa Catarina, com o objetivo de desarticular três organizações criminosas, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vários estados, como: São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Paraíba e Ceará.
Entenda os casos
A primeira investigação, conduzida pela Delegacia de Polícia de Ascurra (SC), e que contou com o apoio técnico do CyberGAECO, teve início no final de 2022, após o registro de diversos boletins de ocorrência que relatavam a subtração de valores de contas bancárias, por meio da instalação de aplicativos de gerenciamento remoto, o que permitia aos criminosos controlar os celulares das vítimas e realizar a transferência ilícita de valores.
O trabalho investigativo começou com a identificação dos principais números de telefone 0800 utilizados pelos grupos criminosos, que simulavam falsas centrais de atendimento de instituições financeiras.
Na sequência, foram identificados os suspeitos de operar essas falsas centrais e os demais integrantes dos grupos criminosos responsáveis por obter bases de dados de possíveis vítimas, disparar SMS falsos e criar contas correntes em nome de “laranjas” para recepcionar os valores ilegalmente obtidos. Estima-se que os investigados subtraíram, no período investigado, mais de R$ 5 milhões de vítimas residentes em Santa Catarina.
Já a investigação conduzida pela Delegacia de Polícia de Turvo (SC), com apoio da DEIC, foi instaurada a partir de ocorrência registrada por uma idosa de 70 anos que, acreditando estar em contato com funcionários de uma instituição financeira, acabou sendo enganada, tendo realizado diversas transferências para os golpistas que lhe resultaram um prejuízo total de R$ 86.550,00.
As três organizações criminosas são possivelmente responsáveis por pelo menos 255 furtos e estelionatos, mediante fraude cibernética, apenas no estado de Santa Catarina – mas as investigações apontam que há possíveis vítimas em todo o país. Ainda de acordo com as investigações, os grupos criminosos teriam possivelmente movimentado, nos últimos 10 anos, cerca de R$ 90 milhões em transações suspeitas.
Operação “Mão Fantasma”
O nome da operação “Mão Fantasma” faz referência a uma das formas de atuação dos criminosos que, após receberem ligações das vítimas nas falsas centrais de atendimento, realizavam transferências de valores a partir dos próprios aparelhos das vítimas, sem que elas tivessem conhecimento ou expressassem consentimento em relação ao acesso indevido e criminoso aos seus dispositivos eletrônicos.