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Operação Estiagem registra 629 focos de incêndio de maio a agosto

Dados foram apresentados pela Defesa Civil durante reunião do comitê intersetorial da operação nesta quarta-feira, 28 de agosto

A Defesa Civil de Campinas apresentou na manhã desta quarta-feira (28), balanço parcial da Operação Estiagem. Desde o dia 1º de maio até 27 de agosto, foram captados 629 focos de incêndio por meio de imagens de satélite do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). O Corpo de Bombeiros (Cobom) registrou, no mesmo período, 744 incêndios. Durante toda a Operação Estiagem no ano anterior, pelo INPE, foram captados 109 focos de incêndio e registrados pelo Cobom 259 incêndios. Também foram emitidos boletins de baixa Umidade Relativa do Ar (URA), de baixa e de altas temperaturas.

Durante a reunião os técnicos relataram que no último sábado (24), o INPE captou 219 focos de incêndio no município, sendo 190 na região do Campo Grande; 23 na região de Sousas, cinco na Vila boa Vista e um no Jardim Von Zuben. “Desse total de imagens captadas pelos satélites, a partir das vistorias in loco da Defesa Civil, foram abertas 32 ocorrências. Isso ocorre porque os satélites geram várias imagens de um mesmo incêndio”, explicou o coordenador regional e diretor do Departamento de Defesa Civil de Campinas, Sidnei Furtado.

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De acordo com Furtado, esse ano está sendo muito atípico por conta das altas temperaturas no período de inverno. “A nossa impressão é que a temperatura alta tem sido o grande diferencial dos últimos anos. Quer dizer, nós estamos tendo, num período de inverno, temperaturas altas e isso está ocasionando uma grande mudança de comportamento na questão dos incêndios. Isso é preocupante, porque nós temos que rever procedimentos, rever ações, inclusive integradas com os diversos órgãos da Prefeitura”, colocou.

O coordenador informou ainda que além do número significativo de ocorrências na estiagem desse ano, nos próximos 15 dias, de acordo com a previsão meteorológica, não há perspectiva de chuva para a região. “Isso realmente aumenta a nossa preocupação e incentivamos que as pessoas adotem o sistema de alerta, que não provoquem nenhum tipo de foco de incêndio, nem queima de lixo no fundo do quintal. E ao detectar qualquer anormalidade, alguém ateando fogo, soltando balão, acionem a Polícia Militar ou a Guarda Municipal”, observou.

O Tenente Borges do Corpo de Bombeiros explicou que incêndio de vegetação é um tipo de ocorrência sazonal, esperado nessa época do ano, mas que tem piorado devido a fatores climáticos. “Esse ano tivemos uma intensificação no número de ocorrências devido à elevação de temperatura e à umidade relativa do ar muito baixa. Aproveito para destacar que o incêndio normalmente começa por uma ação humana. Então, nosso maior objetivo é conscientizar a população na parte preventiva para evitar esses incêndios, é aquela questão de não incendiar terreno baldio, de não querer queimar lixo, porque muitas vezes se perde o controle e o fogo acaba passando para outros locais”, enfatizou.

Em Campinas, qualquer foco de incêndio registrado por uma imagem de satélite é vistoriado. Se for necessário, a Defesa Civil usa o drone para fazer a caracterização da ocorrência e, na sequência, encaminha para o órgão de fiscalização.

Boletim de Alerta

A Defesa Civil também é responsável pela publicação de para alertar a população sobre a baixa umidade relativa do ar (URA); e também em relação a alta ou baixa temperatura. Até a última segunda-feira, 26/08, foram emitidos 41 boletins de baixa temperatura; 22 alertas de temperaturas abaixo de 13° centígrados (C); 41 mapas de risco de incêndio; dois boletins especiais de onda de frio e quatro boletins de tempo seco/onda de calor.

No mês de agosto foram emitidos oito boletins de baixa temperatura, quando os índices ficaram abaixo de 13 graus centígrados, sendo que a menor temperatura foi de 6° C, no dia 11/08. No contraponto, no mesmo período, houve emissão de 20 boletins de alta temperatura, sendo 12 no mês de maio e oito em agosto. No dia 23 de agosto a temperatura chegou a 34,2°C.

O órgão também emitiu 55 boletins de baixa Umidade Relativa do Ar (URA), foram 44 de Estado de Atenção (quando o índice fica abaixo de 30%); e 11 de Estado de Alerta, quando a URA fica entre 12 e 20%.

Conheça os índices da URA que requerem cuidados

Estado de Atenção: URA entre 21 e 30%, quando o índice fica abaixo de 30% é preciso evitar exercícios físicos ao ar livre entre 11 e 15 horas; umidificar o ambiente com vaporizadores, toalhas molhadas, recipientes com água, molhamento de jardins, etc.; sempre que possível permanecer em locais protegidos do sol, em áreas vegetadas, etc.; consumir água à vontade.

Estado de Alerta: URA entre 12 e 20% é preciso observar as recomendações do estado de atenção; evitar aglomerações em ambientes fechados; usar soro fisiológico para olhos e narinas.

Estado de Emergência: URA abaixo de 12% além de observar as recomendações para os estados de atenção e de alerta; determinar a suspensão de atividades que exijam aglomerações de pessoas em recintos fechados, entre 10 e 16 horas; durante as tardes, manter com umidade os ambientes internos, principalmente quarto de crianças, hospitais, etc.

Operação Estiagem

A Operação Estiagem 2024 ocorre todos os anos entre o dia 1º de maio até 30 de setembro. Durante esses quatro meses, período mais seco do ano, quando aumenta o risco de incêndio em área de cobertura vegetal, baixa a vazão dos mananciais e a umidade relativa do ar, e há quedas bruscas de temperatura, as ações de prevenção e monitoramento são intensificadas na cidade. A operação foi oficializada pelo Decreto n° 23.324, publicado no Diário Oficial do Município.

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