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Festival do Imigrante atrai 45 mil visitantes no Centro Histórico de Santos

Diversos países foram representados e a festa animou a cidade no final de semana

Fotos: Raimundo Rosa/Prefeitura de Santos

O Bonde das Nações saiu do Largo Marquês de Monte Alegre, no Valongo, no feriado da última sexta-feira (15), dando o pontapé inicial às atrações do tradicional Festival do Imigrante que ocorreu até o domingo (17). Ele levou passageiros representando diversos países e respectivas bandeiras.

O evento transformou o Centro Histórico de Santos em um verdadeiro palco multicultural, com danças, oficinas e variada gastronomia internacional aberta ao público.

Realizado pela Secretaria de Empreendedorismo, Economia Criativa e Turismo (Seectur), o primeiro dia do festival foi ao encontro da mesma data da celebração da Proclamação da República, e ofereceu aos visitantes uma oportunidade de conhecer e degustar as tradições que contribuíram para a construção do Brasil. Para a cerimônia oficial de abertura, as nações subiram ao palco em um ato simbólico de orgulho e representação.

“Essa iniciativa busca resgatar a lembrança de tudo o que imigrantes viveram em seus países de origem e suas histórias. Por isso, esperamos o melhor resultado possível para esses três dias de evento, seguindo com o nosso objetivo de promover atrações de qualidade para os santistas e turistas na nossa Cidade, que é conhecida por ser de fato acolhedora”, destacou a titular da Seectur, Selley Storino

Para iniciar a programação, o Bonde Italiano deu partida com a contação de histórias ‘La dolcevita a Santos’ sob o comando da guia e artista Claudia Torres. Durante o trajeto, famílias descendentes relembraram dos almoços e datas comemorativas com pais e avós e toda a herança cultural que as cerca. Uma delas era a de Milena Caracciolo, de 47 anos, que veio de São Paulo. A assistente administrativa estava acompanhada do pai, Sérgio, do marido, Marcos, e do filho Miguel.

“Adoro Santos. Estou sempre acompanhando todos os portais para me manter informada dos eventos e marco presença sempre que posso para fazer o tour à garagem dos carros ferroviários. Cheguei agora há pouco, mas aqui está bem especial”, afirmou Milena.

Aproveitando o passeio, o filho Miguel, de 10 anos, revelou que já andou de bonde diversas vezes, mas sua presença no festival nesta sexta-feira tinha outra motivação. “Tem bastante comida diferente aqui e quero experimentar ainda hoje, depois do bonde”, brincou.

Dentro das atividades oferecidas para a estreia do evento estava a oficina de mangá, ministrada pelo professor da Seectur, Leandro Farias. A aula teve a participação de pessoas de diversas idades interessadas em aprender todas as técnicas e segredos por trás dos desenhos nas histórias em quadrinhos japonesas.

Entre os alunos, estava a carismática Isabella Costa, de 8 anos, empenhada a aprender o passo a passo da produção de um mangá e, principalmente, como criar olhos certeiros em seus personagens. “Gosto mais de desenhar pessoas, mas os olhos delas saem bem diferentes”. A menina conheceu as histórias e a técnica de desenho enquanto assistia ao filme japonês ‘Olhos de Gato’ e garante que, agora que tem um lápis novo, vai se dedicar a criar cada vez mais artes.

A feira de economia criativa Feito em Santos, da Seectur, também está presente no festival com 59 artesãos de diversos segmentos. Pinturas, costuras, velas aromáticas, quadros e até produtos para pets ficam expostos durante todo o dia.

Um dos estandes era o do empreendedor da Crazy4Dogs, Ricardo Alves, de 64 anos, que junto à esposa, Regina, vende diversos acessórios para cachorros e tutores. As produções, que encantam qualquer um, vão desde ímãs de geladeira com rostinhos desenhados dos animais, até almofadas e guias.

Segundo o artesão, todos os eventos têm dado um retorno significativo para o negócio, e garante que, pela sua trajetória no Feito em Santos, será mais uma ocasião de sucesso. “Já é uma festa que tem bastante movimento e, por estar sendo realizada em um feriado, as vendas duplicarão. Espero ganhar muitos clientes e que todos gostem do nosso carro-chefe, os ímãs”.

Salgados, doces e até uma mistura dos dois sabores deram água na boca em quem passava pela praça de alimentação do festival, com estandes de instituições. A culinária da Espanha, França, Itália, Japão, Portugal, Grécia, países africanos e árabes, México, Estados Unidos, Argentina e Brasil deram o ‘toque do chefe’ no evento.

Mais delícias gastronômicas foram ensinadas em oficinas na Estação Bistrô Restaurante-Escola. Gnocchi di polenta, pela Società Italiana di Santos, e quiche lorraine, pela Bonne Quiche, foram as receitas escolhidas para estrear as atividades deste primeiro dia de evento.

No palco, o Brasil, a França e Inglaterra agitam o ambiente do Valongo com ritmo e reverências às culturas com um show para lá de ‘animé’, ou melhor, animado. A abertura das atrações teve o gingado de uma apresentação de capoeira no comando do mestre Márcio, coordenador do Projeto Capoeira Escola. Ainda passando pelo Brasil, o Trio Serra Praiano fez o público ‘arrastar os pés no chão’ com toda a festa proporcionada pelo forró – ritmo que é patrimônio nacional.

Em seguida, um espetáculo parisiense tomou a cena com o charme das músicas francesas interpretadas pelo trio Chanson à Trois, com Bárbara Dias, Kadu Abecassis e Caio Ferraz. E foi ao som de ‘Rocket Man’, cantada por Mário Tirolli, em um tributo ao ídolo Elton John, que o público mostrou ter todas as músicas do artista inglês na ponta da língua.

Enganou-se quem pensou que a criançada não teve seu próprio espaço de imaginação e brincadeira. Brinquedos infláveis e maquiagens infantis estiveram à disposição para toda a garotada durante o primeiro dia. Para os adultos, a Rota da Cerveja Artesanal trouxe variedades da bebida, o que permitiu aos participantes conhecerem todas as empresas locais e degustar algumas irresistíveis criações.

Cenários que merecem aquele ‘clique’ para fazer sucesso nas redes sociais também fazem parte dos espaços do festival. O público fazia fila para tirar foto na famosa xícara temática e em frente ao letreiro que formava ‘Santos’. Já o Museu Pelé foi ponto de partida para a visita aos carros ferroviários históricos na Garagem dos Bondes e o ‘walking tour’ com o tema ‘Imigração’, que levou novos conhecimentos para as famílias que se encantaram com os passeios.

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