O número de feminicídios atingiu um recorde histórico no estado de São Paulo em 2024: em média, uma mulher foi assassinada a cada 36 horas. De janeiro a novembro de 2024, 226 mulheres foram mortas, um aumento de 16% no número de casos desse tipo em relação a 2023.
Mesmo sem os dados de dezembro de 2024, o número já é o maior desde 2015, quando os crimes contra mulheres por questões de gênero passaram a ter penas mais severas. Os dados, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, acendem o alerta sobre o agravamento da violência contra as mulheres e a necessidade de medidas para conter esse tipo de crime.
Brenda Bulhões, empresária de 27 anos, foi uma das vítimas desse crime de gênero. Ela foi morta a tiros pelo ex-marido, Bruno dos Santos Campos. O crime ocorreu em Guarujá, no litoral de São Paulo, na frente do salão de beleza que a vítima possuía.
Em entrevista exclusiva à VTV, emissora afiliada do SBT na Baixada Santista, a mãe revelou que Brenda vivia um relacionamento conturbado com o ex-companheiro, que teria comportamentos abusivos e obsessivos. Amigos e familiares perceberam a situação e tentaram alertá-la sobre a gravidade.
O relacionamento terminou em setembro do ano passado, mas, ao invés de trazer alívio, o término apenas desencadeou uma perseguição ainda mais intensa.
Dois dias antes da tragédia, ela compartilhou com a mãe o seu medo de ser morta pelo ex, mas Elisângela não acreditava na ameaça iminente.
A advogada Silvia Cursino, especialista em direitos das mulheres e violência doméstica, alerta que é essencial reconhecer os sinais de violência. “O feminicídio é uma tragédia anunciada. Ele começa de forma sutil, proibindo contato com a família ou o trabalho, até evoluir para algo mais grave”, explica.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, apesar de existir a medida protetiva, muitas vítimas desconhecem que devem registrar um novo boletim de ocorrência caso ela seja violada. O órgão não comentou sobre o aumento no número de feminicídios.
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