As temperaturas máximas estão elevadas em grande parte do país, uma característica típica do verão, e a previsão indica que essas condições devem continuar, especialmente nas regiões Sudeste. Para a região de Campinas, a previsão climatológica média de temperaturas máximas para fevereiro é de 30 a 31°C, segundo dados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).
De acordo com Bruno Bainy, meteorologista do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), apesar das altas temperaturas, a região de Campinas ainda não está enfrentando uma onda de calor.
“Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma onda de calor ocorre quando as temperaturas máximas diárias ultrapassam em 5°C ou mais a média mensal durante, no mínimo, cinco dias consecutivos. Além disso, essas condições devem abranger uma área ampla, e não apenas uma localidade específica”, explicou Bainy.
Ainda segundo o meteorologista, para que uma onda de calor seja configurada, seriam necessárias temperaturas em torno de 35°C persistindo por alguns dias.
A máxima prevista para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) nesta quarta-feira (12) é de 32°C à tarde. A sensação térmica pode ser ainda mais quente, o que é característico da estação do verão na região. A previsão é de que essas condições atmosféricas continuem, com baixa possibilidade de chuva, de acordo com dados do Cepagri.
Nos próximos dias, quinta-feira (13) e sexta-feira (14), a atmosfera deve continuar estável, favorecendo altas temperaturas e pouca chance de chuva. As temperaturas deverão se manter em torno dos 32°C de máxima.
Para Bainy, embora não se trate de uma onda de calor, o clima continua quente e abafado. A umidade relativa do ar mais alta, acima de 50%, contribui para a sensação de desconforto térmico.
Ano de 2024 é o mais quente no Brasil desde 1961
O ano de 2024 foi o mais quente da história e o primeiro a superar 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, de acordo a Organização Meteorológica Mundial.
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Segundo a entidade, os últimos dez anos estiveram entre os dez mais quentes, em uma extraordinária série de temperaturas recordes. A análise da temperatura global tem como base dados de seis centros meteorológicos ao redor do mundo.
Conforme o levantamento, a temperatura média global da superfície foi de 1,55°C, com uma margem de incerteza de + ou – 0,13 °C, acima da média de 1850 a 1900. O valor é superior à meta estabelecida no Acordo de Paris.
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Aumento na demanda por energia elétrica e consumo hídrico no verão
Durante o verão, o aumento das temperaturas e a intensificação de atividades ao ar livre geralmente resultam em um maior consumo de energia elétrica e água. O clima quente leva muitas pessoas a recorrerem a sistemas de climatização, como ar-condicionado e ventiladores, além de outros dispositivos eletrônicos que tornam a estação mais confortável. Simultaneamente, há um maior uso de água para atividades como banhos mais longos, rega de jardins e aumento do consumo nas piscinas.
O clima quente leva a maioria das pessoas a atenuar o desconforto das altas temperaturas acionando o ar-condicionado por mais tempo e abrindo mais vezes a geladeira, por exemplo. O resultado desse hábito pode ser a elevação no valor da conta de energia.
“Com a chegada do verão é praticamente inevitável que haja um impacto na conta em função do maior consumo de energia para atenuar o calor. É um ciclo que verificamos todos os anos”, comenta a gerente de Eficiência Energética da Neoenergia, Ana Christina Mascarenhas.
Da mesma forma, o calor intenso do verão resulta em um aumento do consumo de água. As altas temperaturas aumentam a necessidade de hidratação, o que leva a um maior consumo de água potável. Além disso, é comum que as pessoas tomem banhos mais longos e frequentes, o que contribui diretamente para o aumento no consumo de água. A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (SABESP) destaca que a demanda por água aumenta substancialmente durante os meses quentes, especialmente devido ao aumento da evaporação e da necessidade de consumo por atividades cotidianas.