O número de mortes de motociclistas em sinistros de trânsito, registrados em vias urbanas, foi 63% menor nos dois primeiros meses de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado. Dados preliminares do Boletim Mensal Informativo de Óbitos no Trânsito, desenvolvido pela Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), apontam três óbitos de motociclistas entre janeiro e fevereiro de 2024. No primeiro bimestre de 2023, oito motociclistas morreram em vias urbanas.
Eles representaram 30% do total de 10 óbitos no trânsito registrados no eixo urbano em 2024. O total é 29% menor do que o registrado em janeiro e fevereiro de 2023, quando 14 pessoas perderam a vida. Foram, portanto, quatro mortes a menos nas ruas de Campinas.
Usuários mais vulneráveis no trânsito, os pedestres representaram 40% do total, com quatro vidas perdidas no período. O número é 33% maior que as três mortes registradas no mesmo período de 2023.
Os ocupantes de demais veículos representaram 20% do total, com dois óbitos – número 33% menor que o ano passado, quando foram registradas três mortes. Entre os ciclistas, que representaram 10% dos óbitos, uma morte foi registrada em 2024 e nenhuma no primeiro bimestre de 2023.
O boletim também aponta queda na soma dos óbitos em vias urbanas e rodovias. Foram 21 vidas perdidas em janeiro e fevereiro de 2024; e 24 no mesmo período do ano passado – uma queda de 13%.
Pedestres e motociclistas somam 70% das mortes no trânsito
Juntos, pedestres e motociclistas alcançam 70% das mortes no trânsito campineiro no primeiro bimestre de 2024 – sete vidas perdidas. O índice preocupante segue a tendência estadual.
De acordo com dados do Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo), as mortes de pedestres e motociclistas representaram 60% do total de óbitos no primeiro bimestre de 2024, sendo 69% em vias municipais. Por isso, a Emdec mantém as frentes de conscientização a estes públicos.
“Uma das iniciativas em andamento envolve a discussão de um programa de proteção ao pedestre, como está previsto no Plano de Segurança Viária de Campinas”, antecipa o presidente da Emdec, Vinicius Riverete.
Semanalmente, abordagens educativas são realizadas em pontos críticos de acidentalidade e blitze alertam motociclistas sobre a importância do respeito à sinalização e à velocidade regulamentada. Além disso, desde fevereiro, a Emdec promove esquetes encenadas pelo grupo Ateliê Teatro sobre cultura de paz no trânsito, principalmente no entorno de instituições de ensino. Entre janeiro e março de 2024, foram realizadas 79 ações educativas, que mobilizaram mais de 30 mil pessoas direta ou indiretamente.
Para dissuadir comportamentos de risco no trânsito, foram realizadas 36 operações integradas de fiscalização, em parceria com a Guarda Municipal, Polícia Civil e Militar, que resultaram em 1.070 autuações.
Outra forma de evitar sinistros envolve as frentes de reforço da sinalização viária, realizadas de forma permanente. Entre janeiro e março deste ano, foram 55,7 mil metros quadrados de sinalização horizontal; 1,6 mil placas instaladas; e 150 rampas de acessibilidade implantadas.
Mortes no trânsito em 2023
Os dados do boletim são preliminares e atualizados mensalmente, já que a Emdec considera como vítima fatal quem morre em razão das lesões decorrentes de acidentes de trânsito a partir do momento do acidente até 180 dias após sua ocorrência.
Os dados mais recentes apontam aumento de cerca de 5,3% no número de óbitos em 2023, em vias urbanas e rodovias. Foram 159 óbitos em 2023 e 151 no ano anterior. Entre os 159 casos, 79 foram registrados em vias urbanas e 80 em rodovias.
Do total de 79 vidas perdidas em vias urbanas em 2023, 38 (48,1%) eram motociclistas ou garupas. Os pedestres representaram 34,2% dos óbitos no eixo urbano, com 27 óbitos. Nove ocupantes de demais veículos (11,4%) e cinco ciclistas (6,3%) também perderam a vida nas vias de Campinas.
Em fevereiro, Campinas lançou o Plano de Segurança Viária (PSV), que projeta, para 2032, uma taxa de fatalidade no trânsito de Campinas igual ou menor a 3,38 mortes por 100 mil habitantes, o que equivaleria a 903 vidas salvas em 10 anos. O desenvolvimento do PSV contou com o apoio da Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global (BIGRS).