A greve dos trabalhadores do transporte coletivo em Guarujá, na Baixada Santista, foi suspensa por 15 dias, conforme decidido em assembleia da categoria, na noite desta quinta-feira (26). Durante o prazo de trégua, o município deverá se manifestar oficialmente sobre o impacto financeiro do acordo coletivo em negociação.
A decisão foi tomada após audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Um dos principais pontos pendentes é o pedido de reequilíbrio contratual solicitado pela empresa – embora o índice de reajuste salarial de 6,5% já tenha sido consensuado entre as partes, de acordo com a City Transportes.
Entretanto, outras questões, como os valores da cesta básica e do vale-alimentação, continuam em debate. A City propõe R$ 38, mas os trabalhadores querem R$ 40 por dia trabalhado, além da cesta-básica mensal, onde a proposta patronal é de R$ 173,40 contra os R$ 180,70 reivindicados. A análise, porém, será feita dentro do prazo.
Marcaram presença representantes da Prefeitura, da City Transportes, do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Santos e Região (SINDROD), do Ministério Público e da Magistratura do Trabalho.
Reajuste salarial é razão para greve de ônibus em Guarujá; relembre
Durante a greve, iniciada na última quarta (25), a empresa afirmou ter cumprido a determinação judicial de manter 100% da frota nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e 50% nos períodos de menor movimento. A City ainda informou que a operação ocorreu sem registros de incidentes ou prejuízos evidentes.
A paralisação foi deflagrada mesmo após a empresa oferecer um reajuste salarial linear de 6,5%, superior à média dos acordos firmados por outras concessionárias do setor. Por meio de nota, a City informou que a proposta contemplava a reposição da inflação com ganho real, o que não foi suficiente para evitar a greve.
Na ocasião, a Prefeitura de Guarujá afirmou, em nota, acompanhar de perto as negociações entre concessionária e sindicato, garantindo que as obrigações contratuais sejam respeitadas. Segundo a Comissão de Transporte Público e a Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), são cobradas soluções imediatas para evitar prejuízos.