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Trump ameaça cortar subsídios de Elon Musk e reacende crise entre ex-aliados

Trump chegou afirmar que poderá "dar uma olhada" na hipótese de deportar o bilionário Elon Musk, ex-aliado e atual crítico do governo.
Elon Musk e Trump (Foto: Reprodução / FOXNews)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta terça-feira (1º) retirar os bilhões de dólares em subsídios federais que beneficiam as empresas de Elon Musk, em meio à crescente disputa pública entre os dois, que já foram aliados políticos.

A declaração foi dada horas após o Senado aprovar, por margem apertada, um projeto de lei apoiado por Trump que corta incentivos fiscais para veículos elétricos — uma das principais fontes de estímulo ao mercado da Tesla, líder do setor nos EUA. “Ele está perdendo o mandato dos carros elétricos e está muito chateado… mas pode perder muito mais que isso”, afirmou Trump, ao comentar a insatisfação de Musk com a proposta.


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Ele chegou afirmar que poderá “dar uma olhada” na hipótese de deportar o bilionário Elon Musk, ex-aliado e atual crítico do governo. Questionado por uma repórter sobre a eventual medida, o presidente não descartou a possibilidade, embora tenha afirmado não saber ainda qual será a decisão.

“Não sei [se vai deportar Musk], acho que vamos ter que dar uma olhada nisso”, respondeu Trump. Em tom irônico, ele mencionou o DOGE, acrônimo para Departamento de Eficiência Governamental, sugerindo que o órgão poderia “comer o Elon”. “O DOGE é o monstro que talvez tenha que voltar e comer o Elon. Não seria terrível?”, disse.

Tesla em queda e reação imediata de Musk

As ações da Tesla encerraram o dia em queda de mais de 5%, pressionadas pela instabilidade política e pela estimativa de que o fim do crédito fiscal de US$ 7.500 para compradores de veículos elétricos possa reduzir em até US$ 1,2 bilhão — cerca de 17% — o lucro operacional da empresa em 2024, segundo analistas do J.P. Morgan.

Em resposta direta, Musk utilizou sua própria rede social, a X, para defender o corte completo dos subsídios. “Estou literalmente dizendo para CORTAREM TUDO. Agora”, escreveu. Mais tarde, indicou que poderia ampliar o embate com Trump, mas que “se conteria por ora”.

Segundo a Agência Reuters, apesar de afirmar publicamente ser contrário à manutenção de incentivos estatais, Musk e suas empresas — incluindo Tesla e SpaceX — acumulam benefícios que somam dezenas de bilhões de dólares em contratos, créditos regulatórios e isenções fiscais. Só com a venda de créditos de emissões para outras montadoras, a Tesla já arrecadou quase US$ 11 bilhões. Sem essa receita, a companhia teria encerrado o primeiro trimestre de 2024 no vermelho.

A tensão entre Musk e Trump também provocou reações no mercado financeiro. Gary Black, gestor do Future Fund LLC e investidor de longa data da Tesla, revelou ter vendido sua participação na empresa diante da queda nas vendas e da incerteza política. “Não sei por que @elonmusk não previu que isso aconteceria ao se opor à aprovação do grande e belo projeto do presidente Trump”, publicou em sua conta na X.

O conflito também gerou preocupação entre parlamentares republicanos, que veem risco para a manutenção da maioria no Congresso nas eleições legislativas de 2026. Musk ameaçou financiar campanhas contra apoiadores do projeto de lei, além de sugerir a criação de um novo partido político.

Robotáxis, contratos e interferência federal

A crise ocorre no momento em que a Tesla aposta suas fichas no programa de robotáxis, em fase de testes em Austin, no Texas. A expansão do serviço depende diretamente da regulamentação federal e estadual sobre veículos autônomos — uma variável que pode ser afetada pela instabilidade entre Musk e a Casa Branca.

Segundo a agência internacional de notícia, o Departamento de Transporte dos EUA será o responsável por autorizar a produção em massa dos robotáxis sem volante ou pedal. Paralelamente, a SpaceX, empresa de foguetes de Musk, tem cerca de US$ 22 bilhões em contratos com o governo federal, o que a coloca sob risco diante da escalada do conflito com Trump.

‘DOGE’, deportação e crise institucional

A rivalidade pública entre os dois bilionários escalou para o plano institucional. Trump sugeriu que o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado com a participação de Musk, mas do qual o empresário se afastou em maio, poderia “voltar para engolir o Elon”, em tom irônico. Também insinuou o fim de lançamentos espaciais, satélites e da produção de veículos elétricos, como forma de “economia nacional”.

Questionado por jornalistas sobre uma possível deportação de Musk — cidadão naturalizado norte-americano — Trump respondeu: “Não sei. Vamos ter que dar uma olhada.”

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, tentou minimizar o embate e rebateu as críticas de Musk ao impacto fiscal da nova lei, afirmando: “Eu cuidarei das finanças do país.”


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Autor

  • Iago Yoshimi Seo

    Jornalista de profundidade, autor do livro A Teoria de Tudo Social: Democracia LTDA., ambicioso por política e debates

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