Mulheres em tratamento contra o câncer na Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), da Rede Mário Gatti de Urgência e Hospitalar, receberam nesta quinta-feira, 25 de abril, perucas doadas pela Cabelegria, uma organização sem fins lucrativos de São Paulo.
Além da entrega para 30 mulheres, também houve corte de cabelos que foram doados para a confecção de mais perucas. Uma das mulheres que recebeu peruca foi Milene Evangelista Assumpção, que trata câncer, pela terceira vez.
Ela teve em uma mama, passou por cirurgia de retirada, depois apareceu na outra que também retirou e quando se preparava para procedimento de reconstrução, o câncer apareceu na pele.“A doença mexe muito com a gente, mas a queda de cabelo mexe com nossa autoestima. Desde o primeiro tratamento eu não me olhava no espelho”, disse. Ela tinha cabelos longos e escolheu uma peruca semelhante. “Estou parecendo a Milene novamente. Muito feliz com os cabelos e agora é pedir a Deus que o sofrimento acabe logo”, afirmou.
O primeiro diagnóstico de câncer de mama veio em 2008 e a quimioterapia provocou a queda de seus cabelos Diná Martins dos Santos. Tempos depois, o câncer surgiu na outra mama, que ela segue tratando para poder se submeter à cirurgia de retirada das mamas e fazer a reconstrução.
“É um período difícil, pela doença e pela perda dos cabelos, mas tenho apoio do marido que sempre me acompanha e da família. Estou muito feliz com a peruca que ganhei”, disse.
Leonice de Ramos, há quatro meses em tratamento de câncer e perdeu os cabelos já no primeiro mês, também ganhou peruca. “É uma agonia grande perder os cabelos, dá uma tristeza muito grande, mas agora a peruca vai ajudar bastante”, disse, após provar algumas e encontrar uma, com a ajuda do marido.
Voluntária do Cabelegria e o esposo auxiliaram Leonice com a escolha
A coordenadora da área de Humanização da Rede Mário Gatti, Lucimeire Martini, avaliou que o número de pacientes que participou da ação foi acima do esperado, porque muitas mulheres se interessaram na hora. “Tivemos grande participação dos trabalhadores e comunidade na doação de cabelos, alguns no Corte Solidário e outros vindos somente fazer a entrega. Ver o sorriso no rosto das pacientes, com autoestima melhorada e felizes não tem preço”, disse.
O caminhão do Cabelegria é equipado para atender as mulheres
Corte
Além da entrega de perucas, várias mulheres participaram do Corte Solidário, com doação de cabelos. Entre elas, a enfermeira Maéli Mendes Batistella, da Unacon. ‘Eu trabalho com pacientes em tratamento e sei o quanto os cabelos têm importância para as mulheres. A primeira pergunta que fazem é se o cabelo vai cair. Poder ajudar a minimizar essa angústia é gratificante”, afirmou.
Máeli mostra seu certificado de contribuição ao Cabelegria: gratificante
A assistente social Silvana Mello já havia cortado o cabelo e enviado à Cabelegria pelos Correios. Quando soube que a ong estaria na Unacon, fez uma coleta de cabelos entre as amigas e entregou nesta quinta-feira. “Consegui cinco mechas de cabelos e sei que essa ação será importante para muitas mulheres”, afirmou.
A coleta de cabelos continua na área de Humanização. A mecha deve ter, no mínimo, 15 centímetros de comprimento e não importa se tem química ou é tingido. Antes do corte é preciso lavar e deixar o cabelo secar naturalmente, depois fazer um rabo e amarrar com elástico e cortar. A mecha deve ser colocada em um saco plástico e entregue na área de Humanização, que fica no prédio administrativo do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti.
Silvana Mello já tinha feito sua parte, mas aproveitou caminhão do Cabelegria para doar o cabelo das amigas