Funcionários da Petrobras de todo o Brasil realizam nesta quarta-feira (26) uma paralisação de 24 horas, contra o que eles chamam de “greve de advertência”.
Segundo o coordenador geral do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro), Márcio André da Silva, a greve questionava algumas decisões da direção da empresa.
Entre as reivindicações estão a diminuição em 30% na Participação dos Lucros e Resultados (PLR), o aumento de mais um dia de trabalho presencial para o administrativo e manutenção do efetivo abaixo do necessário.
“É uma greve de 24 horas com algumas pautas. A principal é a questão da PLR, no ano passado fechamos um acordo com piso e teto, mas quando chegou o final do ano, a Petrobras fez um lançamento contábil e reduziu em mais de 30% o valor. A categoria entendeu que a empresa realizou uma manobra para reduzir o pagamento da PLR para os funcionários”, explicou ele.
Nos prédios administrativos, a equipe trabalha em regime híbrido, com dois dias presenciais. As regras do home office não estão no acordo coletivo do Sindipetro, mas o sindicato pede que essas regras entrem no acordo coletivo, para que alterações como essa sejam discutidas com a categoria.
Com o processo de privatização no governo anterior, houve uma saída gigantesca de trabalhadores. Mas nas unidades e bases que não foram privatizadas o efetivo de funcionários está abaixo do necessário.
“Ficou muito reduzido e a atual gestão da empresa não está repondo esse efetivo, está inseguro. A gente quer um aceleramento no aumento desse efetivo para que seja mais seguro”, reforçou Márcio.
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O que diz a Petrobras?
Em nota, a Petrobras informou que não houve impacto na produção de petróleo e derivados da companhia por conta da greve. A empresa afirmou ainda que respeita o direito de manifestação dos empregados e tem mantido diálogo aberto com as entidades sindicais sobre os ajustes ao modelo híbrido de trabalho, que aumentará de dois para três dias na semana o período de trabalho presencial.
A partir de 7 de abril de 2025, todos os empregados da Petrobras devem cumprir três dias de trabalho presencial na semana. A companhia afirmou que apresentou proposta às entidades sindicais de acordo específico de trabalho para pactuar esse ajuste pelo período de dois anos.
A respeito do quadro de efetivos, a Petrobras alegou que vem repondo seu efetivo de trabalhadores e já convocou mais de 1.900 novos empregados em 2024. A companhia afirmou ainda que já anunciou publicamente que irá contratar 1.780 novos empregados ao longo de 2025, por meio de concurso público de nível técnico.
Por fim, sobre a redução na PLR, a Petrobras afirmou somente que negociou com as entidades sindicais um acordo de PLR para o período 2024/2025, que será cumprido integralmente pela companhia.