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Realejo celebra aniversário de 24 anos como referência nacional em literatura

Icônica livraria de rua do também editor e escritor José Luiz Tahan já recebeu mais de 860 lançamentos
Livraria Realejo Facebook Oficial

A Realejo Livros comemora, nesta quarta-feira (21), seu aniversário de 24 anos de existência. Mais do que apenas uma livraria localizada em Santos, o local se tornou rapidamente em um centro cultural próximo à beira-mar, onde cada livro é indicado por alguém que lê, sente e acredita no poder da literatura como encontro e não meramente como produto.

Fundada por José Luiz Tahan, livreiro que também atua como editor, cronista e produtor cultural, a Realejo se tornou em uma das livrarias de rua mais autênticas do país. Por ali já ocorreram mais de 860 lançamentos, com autores nacionais e internacionais, com uma média de 2.500 visitantes por mês e mil livros vendidos no mesmo período — tudo com atendimento direto, feito por alguém que conhece a maioria dos clientes até pelo nome.


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“Evito falar em resistência, pois as livrarias sempre existiram e são responsáveis por uma fatia de mercado que valoriza esse modelo de negócio. A Realejo, assim como eu, acredita no poder da conversa, da troca real. Livro, para mim, sempre foi sobre conexão humana. Não existe algoritmo que substitua isso”, diz Tahan, que continua no balcão, todos os dias, ouvindo leitores e compartilhando histórias de cada aniversário da Realejo.

Em 2023, todas essas histórias colecionadas em mais de 33 anos de profissão se transformaram em livro.

“Um Intrépido Livreiro nos Trópicos”, publicado pela Vento Leste, reúne crônicas, causos e reflexões de Tahan após mais de 30 anos de atuação como livreiro. A obra já atingiu mais de duas mil cópias vendidas e chegou a leitores em São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Santos e Portugal, além de ganhar elogios de escritores renomados como Milton Hatoum, Michel Laub, José Roberto Torero e Xico Sá.

Mesmo no ambiente online, a Realejo mantém seu DNA afetivo. Com mais de 11 mil seguidores nas redes sociais, os conteúdos são todos pensados e produzidos por Tahan e sua equipe, com indicações de leitura, bastidores da livraria e reflexões sobre o mercado.

“Cada leitor tem uma livraria ideal, aquela que traduz a sua forma de entender o universo da palavra impressa, a minha livraria ideal é a Realejo, pela relação direta do livreiro com os livros (tudo nela é fruto de escolhas conscientes), e por ela ser uma extensão do movimento humano das ruas”, comentou o escritor, professor e reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Encontros e eventos culturais

Muito mais do que uma livraria, a Realejo celebra aniversário após se consolidar como um polo cultural ativo em Santos, com programação contínua que inclui clubes de leitura, lançamentos inéditos de grandes editoras (inclusive do seu próprio selo, a Editora Realejo), apresentações musicais e uma relação viva com a cidade e seus leitores e turistas, sejam eles leitores assíduos ou não.

Foi dentro da Realejo que também nasceu, em 2009, a Tarrafa Literária — hoje o maior festival literário gratuito do Estado de São Paulo, com mais de 200 mil pessoas impactadas ao longo de 17 anos e mais de R$ 1 milhão investidos via leis de incentivo.

Tarrafa já trouxe a Santos nomes como Gonçalo Tavares, Inês Pedrosa, Rui Castro, Laurentino Gomes, Amyr Klink, Djamila Ribeiro, Fernando Morais, Lira Neto, Ana Maria Machado, Ignácio de Loyola Brandão, Martinho da Vila, Xico Sá, José Miguel Wisnik, entre muitos outros.

“Criamos a Tarrafa para ser uma extensão do que já fazíamos dentro da livraria com o objetivo de democratizar ainda mais o acesso à literatura, sem pompa nem senha. Leitor entra, escuta, pergunta, conversa. Essa é a mágica do encontro literário”, afirma Tahan.

Realejo é editora e casa de memória

Além da livraria, a Editora Realejo já publicou dezenas de obras, incluindo títulos históricos como “Bombas de Alegria”, com histórias do ex-jogador da Seleção Brasileira e ídolo do Santos FC, seo Pepe, que completou 90 anos neste ano; O “Realidade Re-vista”, finalista do Prêmio Jabuti em 2010 e que revela curiosidades e bastidores da icónica publicação da década de 60 e 70 sob o olhar dos jornalistas José Hamilton Ribeiro e José Carlos Marão; Também vale destacar o “Viver sua Música”, do maestro santista Gilberto Mendes, que faleceu, em 2016, aos 93 anos.

Cada livro publicado carrega a mesma proposta da livraria: curadoria, atenção e memória.

“Uma livraria só faz sentido se estiver conectada à cidade, à cultura e ao tempo. E a Realejo é isso: um espaço onde o passado e o futuro se encontram entre livros, leitores e boas conversas”, conclui Tahan, que também foi finalista do prêmio Livreiro do Ano no Catavento 2025, promovido pela PublishNews.


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