O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), afirmou que o modelo de concessão das vias estaduais ainda passará por ajustes antes do leilão. A declaração a respeito da privatização das rodovias ocorreu durante visita a Pedreira, interior paulista, onde ele vistoriou as obras da barragem do município.
Questionado sobre a privatização das rodovias que ligam Bragança Paulista, Itatiba, Socorro e outras cidades da região, Tarcísio destacou que o processo de consulta pública permitirá identificar e corrigir problemas. Ele citou como exemplo a implementação de vias marginais na SP-55 e a retirada do pedágio para moradores de Mogi das Cruzes que se deslocam ao Distrito Industrial do Taboão.
O governador reforçou que a duplicação das rodovias é essencial, mas que medidas serão tomadas para evitar custos desnecessários aos motoristas que utilizam as vias diariamente. Ele garantiu que o projeto final será diferente do que foi apresentado na consulta pública e afirmou que está aberto ao diálogo com vereadores e a população para definir os ajustes necessários.
Durante a coletiva, o Governador disse:
“A gente tinha uma questão do trânsito de moradores de Mogi das Cruzes para o Distrito Industrial de Taboão e lá a gente tirou o pedágio. Então, a gente sempre está buscando a solução para não prejudicar aquele trânsito local, aquele trânsito de todo dia, para não onerar quem não tem que ser onerado.”
“Pode ter certeza que o que vai sair, o que vai para o leilão vai ser absolutamente diferente do que está entrando na consulta pública, porque a consulta pública é justamente para isso. A consulta pública não é para cumprir uma etapa, ela é realmente para ouvir, para a gente perceber esse problema”, finalizou.
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No início do mês de março, a Secretaria de Parcerias em Investimentos (SPI) anunciou a realização de audiências públicas para discutir os lotes rodoviários Rota Mogiana e Circuito das Águas. O governo estadual defende que as concessões vão viabilizar R$ 15,4 bilhões em investimentos e melhorias em 916 quilômetros de rodovias, incluindo infraestrutura e segurança viária.
Os pedágios planejados devem impactar milhões de moradores nas regiões de Campinas, Circuito das Águas Paulista, Bragantina, Mogiana e Ribeirão Preto. O anúncio intensificou as mobilizações contrárias às cobranças, com críticas diretas à gestão Tarcísio de Freitas.
Prefeitos contrários à privatização
Prefeitos do interior paulista têm reforçado a oposição à instalação de novos pedágios em rodovias estaduais. Entre os líderes do movimento, Chico Sardelli, de Americana, e Carlos Alberto, de Amparo, criticaram publicamente o projeto do governo estadual, que prevê concessões em diversas regiões.
Em Bragança Paulista, as concessões também serão realizadas a partir do lote “Circuito das Águas”. As rodovias Capitão Barduíno e a Alkindar Monteiro Junqueira estão previstas para passarem por concessão.