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Bancário acusado de atropelar e matar cantor é solto; primeira audiência tem data

Decisão de conceder habeas corpus aconteceu após negativas anteriores
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A Justiça de São Vicente marcou para 17 de junho, às 14h, a audiência virtual de instrução, debates e julgamento do caso envolvendo Thiago Arruda Campos Rosa, de 32 anos, acusado de atropelar e matar o cantor Adalto Mello, 39. Enquanto aguarda o julgamento, o bancário deixou a Penitenciária II de Tremembé após obter habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF), com a soltura realizada na última sexta-feira (16).

O acidente ocorreu em 29 de dezembro, na Avenida Tupiniquins, bairro Japuí, em São Vicente, na Baixada Santista. Adalto pilotava uma motocicleta quando foi atingido pelo carro de Thiago, que estava embriagado. O teste do bafômetro registrou 0,82 mg/l de álcool, 20,5 vezes acima do limite permitido, configurando crime de trânsito com risco assumido de morte, conforme o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), classificado como homicídio doloso com dolo eventual.


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A decisão de conceder o habeas corpus foi do ministro André Mendonça, na quarta-feira anterior (14), após negativa de instâncias anteriores. Mendonça considerou a ausência de antecedentes criminais e a comprovação de residência fixa como fatores que justificam a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares, definidos pelo Juízo da 1ª Comarca de São Vicente. Ele ressaltou que a prisão processual deve ser ‘excepcional’ e ‘proporcional’.

O que dizem os advogados?

A assistente de acusação Sabrina Campos afirmou ao VTV News que recebeu com seriedade e senso de responsabilidade a confirmação da data da audiência de instrução. Sabrina destacou que a acusação está pronta para apresentar provas, ouvir testemunhas e contribuir com a busca pela verdade e responsabilização penal dos envolvidos.

“O agendamento da audiência representa o início de um caminho que deve ser trilhado com celeridade, seriedade e compromisso com os princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito”, disse.

Já a defesa técnica, representada pelo advogado Mário Badures, conseguiu a soltura de Thiago Arruda por meio de habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal. Para o profissional, a decisão reforça o entendimento defendido desde a audiência de custódia, de que a prisão preventiva é medida excepcional.

No caso, a fundamentação para mantê-lo preso baseava-se em “presunções genéricas e conjecturas abstratas, desprovidas de lastro empírico”, insuficientes para justificar a restrição de liberdade.

A defesa reafirma que se trata de um homicídio culposo no trânsito, sem intenção de matar, já que o acidente ocorreu após uma manobra para evitar outro veículo. Esses pontos serão debatidos durante a instrução criminal, agora com o réu em liberdade. A decisão de soltura é vista como um passo justo no curso do processo.

Audiência virtual marcada para junho

Um laudo do Instituto de Criminalística (IC) apontou que Thiago dirigia em velocidade incompatível com o limite permitido de 50 km/h. O documento foi elaborado com base em vestígios no local, como danos nos veículos e marcas de frenagem, embora não tenha determinado a velocidade exata.

O IC concluiu que a conduta do motorista contribuiu diretamente para o atropelamento.

A audiência de junho reunirá o réu, testemunhas de acusação e defesa. Entre os convocados estão a mãe e o irmão da vítima, dois policiais militares e oito testemunhas indicadas pela defesa. Após as oitivas, o juiz decidirá se Thiago enfrentará um júri popular, onde poderá ser julgado por homicídio doloso com dolo eventual.

Adalto deixou um filho, de 10 anos, que estava passando as férias com ele quando cantor faleceu – Foto: redes sociais

Quem era o cantor de pagode Adalto Mello?

Cantor e compositor de pagode, Adalto se apaixonou pela música ainda na infância. De acordo com a família, ele aprendeu a tocar cavaco observando seu pai e, desde jovem, se dedicou à carreira musical, se apresentando em eventos e comércios. Também se formou em Educação Física e trabalhou em várias empresas.

Apesar disso, nunca abandonou o seu amor pela música, sempre conciliando o trabalho com os ensaios e apresentações à noite. Para ele, a música era um sonho a ser vivido, e não apenas uma fonte de dinheiro. A mãe do artista, Carla, destaca que o filho era apegado à família e sempre procurava transmitir amor e bondade para todos ao seu redor. Adalto será lembrado por fãs, amigos e familiares pela dedicação à música e à fé.

“Desde quando me entendo por gente, desde criança, eu já toco pagode e samba. Meu pai e minha mãe sempre curtiram música. Meu pai era de escola de Samba de Santos. Meu primo tocava em grupo de pagode”, disse o cantor em entrevista à VTV SBT.


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