Após 100 anos de espera, o tão aguardado túnel submerso que ligará Santos e Guarujá está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Avaliado em R$ 6 bilhões, o projeto foi encaminhado para análise do Tribunal de Contas da União (TCU) e deve beneficiar mais de 2 milhões de pessoas.
Anunciada em fevereiro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), a obra será o primeiro túnel imerso da América Latina. Ele terá 1,5 km de extensão, sendo 870 metros submersos, passando por baixo do canal que abriga o maior porto do Brasil.
A estrutura contará com três faixas de rolamento por sentido, com uma delas adaptada para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Além disso, haverá uma ciclovia e uma passagem para pedestres, oferecendo soluções inclusivas e multimodais para quem utiliza o trajeto.
O projeto integra a carteira do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), com previsão de início das obras em 2025. Os custos serão divididos igualmente entre o Governo Federal e o Governo do Estado de São Paulo, demonstrando a relevância estratégica da obra para o país.
Construção
A construção do túnel será realizada em etapas; cada uma delas projetada para garantir a segurança e a eficiência da obra. Um dos principais desafios será a instalação dos seis módulos de concreto armado, que formarão a estrutura do túnel submerso.
Esses módulos serão fabricados em docas secas, longe da área onde serão imersos. Após sua fabricação, serão flutuados até o local definitivo, utilizando rebocadores, e então imersos a uma profundidade mínima de 21 metros.
Com a metodologia, será possível garantir que a obra se desenvolva de maneira eficaz e sem impactar a movimentação de navios, que continua sendo uma prioridade para a região.
Objetivo
Um dos principais objetivos do túnel submerso é otimizar a mobilidade entre Santos e Guarujá, oferecendo uma solução eficiente para o intenso fluxo de veículos entre as duas cidades, já que, atualmente, o tempo de deslocamento pode ultrapassar uma hora nos horários de pico.
Com a construção do túnel, estima-se que a travessia será reduzida para apenas um minuto e meio.
Além disso, essa redução no tempo de deslocamento ajudará a aliviar a Rodovia Cônego Domênico Rangoni (SP-055), que atualmente enfrenta grandes congestionamentos devido à alta demanda do tráfego entre as duas cidades.
Impacto
O impacto ambiental também foi considerado no planejamento. Com o túnel, a demanda pelo serviço de balsas na Ponta da Praia deve cair 70%. Isso resultará em uma redução de 53% nas emissões de dióxido de carbono, contribuindo para uma mobilidade mais sustentável.
O pedágio do túnel será equivalente ao valor atual das balsas, R$ 12,30 para veículos de passeio durante os dias úteis. Contudo, pedestres terão acesso gratuito, o que reforça o caráter inclusivo da obra.
Além de integrar o transporte público e privado, o túnel também preservará o desenvolvimento e a expansão do porto de Santos. Por ser submerso, ele não interferirá na operação de navios de carga e passageiros, fundamentais para a economia da região.
Relembre a sanção do projeto do Túnel Santos-Guarujá
Em 23 de outubro, Tarcísio de Freitas sancionou o Projeto de Lei n° 655/2024, autorizando a parceria público-privada para o Túnel Santos-Guarujá.
É integrado ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e ao PPI-SP (Programa de Parcerias de Investimentos do Estado de São Paulo). O túnel será o primeiro submerso da América Latina, gerando 9 mil empregos.
Atualmente, 21 mil veículos, 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres dependem de balsas e catraias. O túnel promete mais eficiência, qualidade de vida e impacto positivo na economia, segundo Tarcísio.
O Túnel Imerso Santos-Guarujá é uma parceria do Governo de São Paulo com o Ministério de Portos e Aeroportos, e participação da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp), da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e da Autoridade Portuária de Santos (APS).
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