O ano de 2024 foi um ano bastante positivo para a Sanasa, que realizou diversas entregas que começaram a ser planejadas no início da atual gestão municipal, em 2021, para preparar Campinas para as mudanças climáticas e garantir a segurança hídrica da cidade.
São ações que fazem parte do Plano Campinas 2030, cujo investimento ultrapassa R$ 1 bilhão, valor jamais empregado em obras realizadas pela empresa em seus 50 anos. “Entregamos 19 reservatórios de água potável, aumentando a disponibilidade de água para Campinas, e concluímos a troca de 460 km de redes de água, que beneficiam, hoje, 70 bairros e 250 mil pessoas”, explica o presidente da Sanasa, Manuelito Magalhães Júnior, citando algumas das ações.
Os 19 reservatórios representam um aumento de 48 milhões de litros de água armazenada para a cidade, que deu um salto de 142 milhões para 190 milhões. Nos próximos dias, o 20º reservatório entrará em operação, com capacidade para armazenar mais seis milhões de litros. No total, os 20 reservatórios reforçarão o abastecimento de 750 mil pessoas que vivem em 350 bairros.
A troca de redes destaca dois pontos importantes: por terem sido substituídas por material resistente (polietileno de alta densidade), que dura mais de 50 anos, a quantidade de vazamentos causados por rompimentos é reduzida, consequentemente, o volume de retirada de água do Rio Atibaia para abastecer a cidade é menor. “Somente entre 2021 e 2024, deixamos de retirar 3 bilhões de litros de água do rio, o suficiente para atender uma cidade com 50 mil habitantes por um ano”, compara Manuelito. Para essa obra, foram investidos R$ 275 milhões.
Essa medida também está relacionada à perda de água na distribuição, que se torna menor com as novas redes. Hoje, o índice de perda na distribuição está em 16,7%, enquanto a média nacional é de 37,7%. Campinas é uma das cidades com o menor IPD do país.
Estrutura de distribuição
Como parte do planejamento, foram construídos 40 km de subadutoras, 240 km de novas redes de água, para aperfeiçoar ainda mais o índice de atendimento de água potável, que hoje está em 99,8%. Uma nova adutora de água bruta, com 2,5 km de extensão, está em fase de testes e vai interligar a captação do Rio Atibaia às Estações de Tratamento de Água 3 e 4, permitindo menor consumo de energia e equilíbrio de pressão das demais adutoras. Para as obras de água, o investimento foi de R$ 475 milhões.
Ainda falando sobre abastecimento, foi anunciada em 2024, a construção do Sistema Produtor Campinas-Jaguari para garantir a independência hídrica de Campinas pelos próximos 30 anos e favorecer o crescimento econômico da cidade. O novo sistema contará com 1 unidade de captação de água bruta na represa de Pedreira para retirar 2 mil litros de água por segundo; 1 estação elevatória de água bruta para bombear 2 mil l/s; 1 adutora de água bruta com 7 km de extensão e 1 metro de diâmetro; 1 estação de tratamento de água com capacidade para tratar 2 mil l/s; e 1 subadutora de água tratada com 16 km de extensão e 1 metro de diâmetro que será interligada ao macrossistema de abastecimento de Campinas.
Em relação ao esgotamento sanitário, a Sanasa concluiu a construção de 14 km de coletores, interceptores e emissários, equipamentos responsáveis por levar o esgoto recolhido dos imóveis às estações de tratamento.
Atualmente, a empresa já coleta e afasta 96,4% do esgoto da cidade e trata mais de 94% do que é coletado, fazendo de Campinas a primeira metrópole brasileira a atingir a universalização. Para melhorar ainda mais esses índices, foram implantados 190 km de novas redes de esgoto.
Estão em andamento obras para ampliação de estações de tratamento de esgoto, como é o caso das instalações Piçarrão, San Martin e Nova América, e da estação produtora de água de reúso Capivari II. A ETE Anhumas passará por obras para modernização e conversão em EPAR, enquanto a ETE Santa Mônica será transformada em estação elevatória que bombeará o esgoto da região onde está localizada para ser tratado na EPAR (Estação de Produção de Água de Reúso) Boa Vista.
Desde 2021, foram realizadas mais de 100 intervenções em Núcleos Urbanos Informais (NUIs): 33.344 pessoas beneficiadas com individualizações de água e 50 mil pessoas atendidas com ligações coletivas. Se comparado aos quatro anos anteriores (2017/2020), o crescimento de individualizações foi de 154%.
A atuação nos NUIs atende ao princípio da “água como elemento fundamental à vida”, definido pela ONU. Da mesma forma o esgoto gerado em núcleos que aguardam processos de regularização fundiária precisa ser recolhido e levado às estações de tratamento. Assim, a Sanasa acelerou a implantação de ligações provisórias em mais de 70 núcleos da cidade, fazendo avançar a expansão do serviço de saneamento para os moradores mais vulneráveis. No esgoto, foram executados 9.500 metros de redes em 38 núcleos. Para obras de esgoto estão sendo destinados R$ 626 milhões.