Campinas avança no saneamento com novo sistema de segurança hídrica

Capacidade de captação e distribuição de água é ampliada na iniciativa
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Em um movimento estratégico para assegurar futuro hídrico, Campinas anunciou o Sistema Produtor Campinas-Jaguari. O projeto, revelado na manhã desta sexta-feira (21), na sede da Sanasa, na Avenida da Saudade, visa diversificar fontes de abastecimento e reduzir a dependência do Rio Atibaia, a principal fonte de água da cidade.

Atualmente, Campinas retira cerca de 3.700 litros de água por segundo do Rio Atibaia. Essa água é tratada nas quatro estações da Sanasa e distribuída para a população por meio de uma extensa rede de reservatórios e subadutoras, percorrendo, em alguns casos, mais de 30 km.

Porém, a cidade enfrenta um grande desafio: está localizada em uma área de escassez hídrica, com apenas 951 mil litros disponíveis por habitante/ano, bem abaixo da média nacional de 35 milhões. Adriana Isenburg, gerente de Integração, Controle e Desenvolvimento Tecnológico da Sanasa, reforçou à VTV, afiliada do SBT, a necessidade do projeto.

“A dependência de uma única fonte nos deixa vulneráveis a fatores como secas extremas e desastres ambientais”.

Como será feita a captação e distribuição no novo sistema de segurança hídrica de Campinas?

O novo Sistema Produtor Campinas-Jaguari funcionará com a captação de água do rio. Isso aumentará a capacidade de reserva de água em 54 milhões de litros, passando de 142 para 196 milhões, quando todos os reservatórios estiverem operacionais.

No entanto, a plena efetivação do projeto depende da conclusão das represas de Pedreira e Amparo, cujas obras estão em andamento desde 2019-2020. Após atrasos contratuais e a rescisão do contrato com o consórcio responsável, uma nova licitação será realizada em maio deste ano, com a previsão de conclusão até 2026.

A captação e distribuição de água serão realizadas por bombas que funcionarão 24 horas por dia, através de uma adutora de sete quilômetros. A água será tratada na ETA 5 e percorrerá 16 quilômetros de tubulação até o macro anel de distribuição de Campinas, abastecendo 93 reservatórios.

Com Sanasa, Campinas é referêcia em modelo de gestão hídrica

O novo sistema prevê uma unidade de captação de água bruta na Represa de Pedreira, capaz de retirar 2 mil litros por segundo. Essa água será bombeada por uma estação elevatória e transportada por uma adutora de 7 km até a estação de tratamento.

Após o tratamento, a água será conduzida por uma subadutora de 16 km, interligada ao macrossistema de abastecimento da cidade. De acordo com a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), espera-se aumentar a segurança hídrica e reduzir riscos de desabastecimento, mesmo em períodos críticos.

“O Rio Atibaia é o nosso único manancial, e após a crise de 2014 e 2015, com as mudanças climáticas cada vez mais visíveis, nossa preocupação com o futuro só cresce. Não é algo restrito ao Brasil; precisamos de uma alternativa para garantir o abastecimento diante de possíveis problemas”, afirma Adriana Isenburg.

A construção do sistema exigirá um investimento estimado em R$ 750 milhões. O projeto é um marco para a gestão hídrica de Campinas e servirá como modelo para outras cidades em áreas de estresse hídrico.


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Campinas universalizou serviços de saneamento 10 anos antes do previsto; relembre

Campinas alcançou, em 2023, a universalização dos serviços de saneamento, um feito marcante realizado dez anos antes do prazo estipulado pelo Novo Marco Legal do Saneamento. A cidade superou as metas nacionais de 99% de água tratada e 90% de coleta e tratamento de esgoto, e estabeleceu um novo padrão de eficiência na Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (SANASA).

Com 99,95% da população urbana atendida com água tratada, 97,10% de coleta de esgoto e 94% do esgoto tratado, Campinas figura em primeiro lugar no ranking do Instituto Trata Brasil entre as cidades com mais de 500 mil habitantes.

Localizada em uma região de escassez hídrica, com apenas 951 m³ de água por habitante/ano — muito abaixo da média nacional de 35 mil m³ — Campinas enfrentou desafios. Ainda assim, a cidade conseguiu reduzir drasticamente as perdas de água na distribuição para 18,02%, um dos índices mais baixos do país, comparável a países como Reino Unido e Portugal.

“A universalização do saneamento não é só sobre infraestrutura, é sobre saúde pública”, afirma Alessandro Tetzner, gerente de gestão de qualidade da unidade, à VTV, afiliada do SBT na Baixada Santista.

Preservação de recursos hídricos

Plano Campinas 2030 foi essencial para alcançar esses resultados. Ele reúne iniciativas que aumentam a segurança hídrica, reduzem perdas de água, expandem o tratamento de esgoto e desenvolvem o mercado de água de reuso. O plano também prevê a busca por novas fontes de abastecimento para mitigar riscos.

Entre 2021 e 2024, Campinas aumentou sua capacidade de armazenamento de água com 20 novos reservatórios, elevando o volume disponível de 142 milhões para 196 milhões de litros. O que garante o abastecimento por até 20 horas em caso de emergências, como quedas de energia ou desastres ambientais.

O Novo Marco Legal do Saneamento, sancionado em 2020 pela Lei nº 14.026, atualizou a legislação de 2007. Entre as metas, destaca-se a universalização: até 2033, 99% da população deve ter água potável, e 90% deve contar com coleta e tratamento de esgoto, com possibilidade de extensão até 2040.

A lei incentiva a regionalização da gestão do saneamento básico, promovendo a criação de novas instâncias de governança e a uniformização de normas pela Agência Nacional de Águas (ANA). Além disso, busca ampliar a concorrência no setor ao extinguir contratos antigos e exigir comprovação de capacidade financeira para atingir as metas propostas.

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