O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), a “prévia do PIB” avançou 1,3% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (19) pelo Banco Central. O resultado representa a sexta alta consecutiva do indicador e sinaliza aceleração do ritmo econômico em relação ao trimestre anterior, quando o crescimento foi de 0,5%.
O dado, ajustado sazonalmente para corrigir variações típicas de períodos distintos, serve como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB). A última retração do índice foi registrada no terceiro trimestre de 2023.
Segundo os dados divulgados, a agropecuária foi o principal vetor do crescimento no início do ano, com expansão de 6,1%. A indústria também apresentou desempenho positivo, com alta de 1,6%, enquanto o setor de serviços cresceu 0,7%.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2024, o IBC-Br avançou 3,7%. Já no acumulado dos últimos 12 meses até março, a alta foi de 4,2%, ambas sem ajuste sazonal.

Somente no mês de março, o índice teve crescimento de 0,8% frente a fevereiro, quando havia registrado 0,5%. Foi o terceiro mês seguido de alta. A última queda mensal ocorreu em dezembro de 2024, com recuo de 0,5%. Em relação a março de 2024, o avanço foi de 3,5%.
Cenário aponta desaceleração futura
Apesar do desempenho robusto no primeiro trimestre, as projeções do mercado e do próprio Banco Central indicam uma desaceleração nos próximos meses. A estimativa do BC para o crescimento do PIB em 2025 é de 1,9%. O mercado financeiro projeta um número ligeiramente superior, de 2,02%, abaixo dos 3,4% registrados em 2024.
Segundo o BC, essa moderação é esperada e faz parte da estratégia de controle da inflação. A autoridade monetária considera que o desaquecimento gradual da atividade é necessário para que os preços converjam à meta de 3%.
Na ata mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), o Banco Central informou que o “hiato do produto” segue positivo, ou seja, a economia ainda opera acima do seu potencial, sem provocar pressão inflacionária imediata.
O BC também ressaltou que o atual nível de juros já contribui para desacelerar a atividade e deve impactar a geração de empregos ao longo do ano.
Diferenças entre IBC-Br e PIB
Embora seja considerado uma prévia do PIB, o IBC-Br utiliza metodologia distinta da adotada pelo IBGE. O índice do BC incorpora dados da agropecuária, indústria, serviços e arrecadação de impostos, mas não considera o lado da demanda da economia.
O resultado oficial do PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo IBGE em 30 de maio. Até lá, o IBC-Br segue como principal termômetro da atividade econômica nacional.