As famílias que chegaram em meados dos anos 2000 a região onde funcionava um curtume na rua Engenheiro Pereira Rebouças, Vila Industrial, em Campinas foram notificadas e precisam deixar o local até a segunda-feira (5), os moradores afirmam não ter para onde ir.
A disputa pelo local envolve um histórico de ocupação da área de 37 mil m², o espaço abrigou a antiga Companhia Curtidora Campineira.O terreno pertence ao governo paulista desde a década de 1980 mas, abandonado, foi ocupado por famílias sem-teto. Em 1997, a Fazenda do Estado de São Paulo entrou na Justiça para retirar os ocupantes e garantir a posse, como o estado não assumiu de fato o local, outras famílias entraram no terreno. Esse novo grupo já vive na área há duas décadas.
“Eles pediram que nós saíssemos se não a polícia vai nos jogar na rua, o conselho tutelar vai levar as crianças, os cachorros o Zoonoses vai levar. Tão jogando a gente na rua igual cachorro. Sem direito a nada.” Relatou Leandro, que é morador e estava hospitalizado. Quando chegou em casa recebeu a notícia da desocupação.
📲 Participe dos canais VTV News no WhatsAppDe acordo com o advogado Ronaldo Sartório, que representa as dez famílias, os atuais moradores “desconheciam totalmente a existência do processo de emissão de posse”, e foram surpreendidos com a notificação em 2021, após a venda do terreno para uma empresa.
Apesar das tentativas de reconsideração e embargos, as famílias atuais foram incluídas no polo passivo do processo que já havia garantido a “Imissão de posse” ao Estado. E apesar das tentativas de frear ou suspender a ação, a reintegração está marcada para dia 5 de fevereiro. O juiz Mauro Fukumoto, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas está à frente do caso.