A Terra registrou o março mais quente da história. Dados do observatório europeu Copernicus, divulgados nesta terça-feira (9), mostram que o mês teve uma temperatura média superficial de 14,14ºC, número 0,1ºC superior ao recorde anterior, em 2016. O valor também está 1,68°C acima em comparação ao período pré-industrial (1850-1900).
Este é o 10º mês consecutivo com recorde de calor. Desde junho do ano passado, o planeta vem quebrando recordes de temperatura, sobretudo devido à influência do El niño . Neste ano, os cientistas da Copernicus confirmaram que 2023 superou 2016, sendo classificado como o ano mais quente da história.
A divulgação do relatório confirma o avanço da crise climática no mundo, causada, sobretudo, pela emissão de gases de efeito estufa. Em janeiro, cientistas da Copernicus já haviam afirmado que a temperatura global iria ultrapassar, neste ano, o limite de 1,5ºC — em relação aos níveis pré-industriais —, estipulado pelo Acordo de Paris.
O cenário é preocupante, uma vez que o aquecimento acima da meta deve provocar consequências extremas para o meio ambiente e a humanidade, como o aumento de queimadas, secas e da transmissão de doenças por mosquitos. Outra consequência é o derretimento em maior velocidade e das geleiras, que farão com que cidades costeiras, como o Rio de Janeiro (RJ), fiquem submersas nos próximos anos.
📲 Participe dos canais VTV News no WhatsAppGavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, observou que os recordes de temperatura estão sendo quebrados a cada mês em até 0,2ºC – um marco de alerta. “Se a anomalia não se estabilizar até agosto, o mundo estará em território desconhecido. Isso pode implicar que o planeta já está alterando fundamentalmente como o sistema climático opera, muito mais cedo do que os cientistas previam.”