A morte do presidente Ebrahim Raisi, considerado o segundo homem mais importante na hierarquia do Irã, deve desencadear uma forte disputa interna pelo poder no país. É o que aponta o analista e especialista em Relações Internacionais, Uriã Fancelli, entrevistado pelo SBT News na TV. Segundo ele, o clima deve ser de “confusão” nas próximas semanas.
Raisi viajava de helicópteros na província do Azerbaijão Oriental na tarde de domingo (19), quando o piloto precisou fazer um pouso forçado em uma região de difícil acesso, com montanhas, florestas e intensa neblina. As operações de busca levaram à localização da aeronave e do local do acidente, confirmando a morte do presidente iraniano.
Agora, segundo a Constituição do país, o primeiro vice-presidente, Mohammad Mokhber, deve assumir o comando do país de forma interina. Ele deverá formar um conselho com autoridades para organizar, em até 50 dias, uma nova eleição presidencial.
“Acontecendo novas eleições, a população vai votar em um novo presidente. Com certeza será alguém bastante radical e linha-dunha”, diz Fancelli. “Mas pode ser que mude para o outro lado, porque o país vem enfrentando alguns protestos devido ao governo repressor, que também não tem conseguido levar muito bem a economia”, analisa.
Em relação à política externa, o especialista afirma que não deve haver mudanças iniciais, uma vez que o cenário é ditado pelo líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei – figura acima do presidente. Ao lamentar a morte de Raisi nesta segunda-feira (20), inclusive, o líder afirmou que não haverá interrupções nos assuntos de Estados.