Duas mães que preferiram não se identificar relataram os abusos sofridos por seus filhos dentro do consultório do psicólogo Rafael Ladenthin Menezes, de 39 anos, que está preso desde o dia 18 de julho. Ele é suspeito de abusar de crianças durante sessões de terapia em seu consultório em Valinhos.
Uma das mães informou em entrevista que estranhava o comportamento do psicólogo, que costumava abraçar as crianças por trás. Segundo o relato, Rafael indicava e assistia filmes para maiores de 18 anos com as crianças. “Meu filho fez cerca de 20 sessões e, de repente, disse que não gostaria mais de ir. Ele contou que, durante a terapia, o terapeuta passava esses filmes e assistia com a criança”, relatou a mulher.
Os registros de denúncias contra o profissional aumentaram desde as primeiras ocorrências, e, segundo a polícia, cerca de 17 boletins já foram registrados. Em depoimento, as mães relatam o mesmo comportamento do psicólogo, uma abordagem excessivamente íntima com as crianças, com muitos abraços e aproximação.
Outra mãe relatou também em entrevista, que seu filho decidiu parar de ir às consultas por não gostar dos abraços do psicólogo. “No final de 2023, meu filho disse enfaticamente que não queria mais passar por consultas com o Rafael e mencionou que era por causa dos abraços que não aguentava mais.”
Veja também:
A mulher também relatou que, após registrar boletim de ocorrência, procurou o Conselho Tutelar para denunciar o caso. Depois disso, o filho desabafou com ela outro abuso ocorrido durante as sessões. Segundo o menino, Rafael pedia para “chupar os dados dele”, dizendo “deixa eu ver que gosto você tem”, explicou a criança à mãe.
“É uma situação que embrulha o estômago, que revolta, porque você pensa não só no seu filho, mas em todas as crianças que passaram por lá”, desabafa a mulher.
Prisão Temporária
A prisão temporária de Rafael acabaria no último domingo (18/08), mas foi prorrogada por mais 30 dias, já que novas vítimas denunciaram o suspeito.
A defesa tentou revogar a decisão e teve os pedidos negados pela Justiça. O advogado do psicólogo alega que o investigado tem o direito de aguardar em liberdade pelos próximos passos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), informou que o caso é investigado através de inquérito policial pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Valinhos e segue em sigilo por envolver menores de idade.